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Conservação do lince-ibérico conseguiu 53 crias em 2015

30.06.2015

Hoje há 53 crias de lince-ibérico nos cinco centros de reprodução em Portugal e Espanha, resultado da temporada reprodutora de 2015. Em dez anos de história, a taxa de sobrevivência nunca foi tão elevada, dizem os responsáveis.

 

O número foi avançado hoje pelo Programa de Conservação Ex-situ desta espécie. Os partos terminaram em Abril mas foi necessário esperar pelo fim da fase das lutas entre crias, comportamento normal nesta espécie de felino, para conseguir um número definitivo.

Das 53 crias, onze nasceram em Portugal, no Centro Nacional de Reprodução de Lince-Ibérico (CNRLI), em Silves. As fêmeas Biznaga, Fruta e Fresa tiveram ninhadas de três crias; Flora e Artemisa tiveram uma cria cada.

Do total das crias, 25 são fêmeas, 17 são machos.

Este ano nasceram 61 crias, oito das quais morreram. Todas as mortes aconteceram no momento do nascimento ou logo nos primeiros dias de vida.

“A taxa de sobrevivência das crias depois dos 60 dias de vida foi a mais alta registada no programa de reprodução, tendo sobrevivido este ano 86,9% das crias, em comparação com os 66,6% da temporada reprodutora de 2014 e com os 83% de 2013”, escreve o programa em comunicado. “A média desde que nasceu a primeira ninhada em cativeiro é de 72,4%.”

Este ano celebra-se, precisamente, uma década deste programa que conta actualmente com cinco centros: CNRLI (Silves), El Acebuche (Huelva), Zarza de Granadilla (Cáceres), La Olivilla (Jaén) e Zoo de Jerez (Cádiz). A 28 de Maio de 2005 nasceram os primeiros linces-ibéricos em cativeiro, em El Acebuche, no Parque Nacional de Doñana, em Espanha: Brezo, Brisa e Brezina, filhos de Garfio e Saliega.

Nesta temporada de 2015 foi possível juntar 27 casais reprodutores, um número superior aos 18 casais de 2014, uma vez que já houve mais espaço nos centros de reprodução em cativeiro. Isto porque “foram libertadas todas as crias destinadas a programas de reintrodução (na natureza)” e ainda “pela saída de animais não reprodutores para vários centros de exibição e pela construção de cercados maiores para preparar as ninhadas para reintrodução”, explica o programa.

Este ano, “o trabalho nos centros de reprodução foi muito intenso e variado”. Os especialistas dos centros tiveram de enfrentar diversas situações, desde a criação de linces à mão e reintegração de animais em ninhadas a transfusões de sangue, operação de fracturas, feridas por lutas e episódios convulsivos.

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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