Leonor Miranda
Leonor Miranda, estudante no Mestrado de Biologia Marinha e Conservação do ISPA, aproveitou o Verão para passear pela costa Algarvia e ir à procura de golfinhos em estado selvagem. Agora conta-nos o que viu.
Durante as duas últimas semanas de agosto, decidi fazer dois passeios de barco com a empresa Ocean Vibes (composta por uma equipa de biólogos).
Estas saídas permitiram-me observar duas espécies de golfinhos, o golfinho-roaz (Tursiops truncatus) e o golfinho-comum (Delphinus delphis), e aprender mais sobre os seus comportamentos.
Muitas pessoas têm a ideia errada sobre os golfinhos-roazes por esta ser a espécie que mais se encontra em cativeiro e portanto das mais conhecidas.
No seu habitat natural, estes golfinhos costumam andar em grupos pequenos e têm tendência para fugir das embarcações. Esta espécie acaba por ser menos observada por evitar interagir com embarcações (apesar de estas interações acontecerem, em menor quantidade); só consegui observar estes animais num dos passeios. O comportamento perante a embarcação foi mais evasivo, apesar de alguns indivíduos se terem aproximado bastante da embarcação.
Por outro lado, os golfinhos-comuns são das espécies mais observadas pois têm tendência para se aproximar e interagir com as embarcações e andam muitas vezes em grupos de grandes dimensões (com mais de 100 indivíduos, chamados “super pods”).
Durante os passeios observei vários grupos de golfinhos-comuns de tamanhos variados e uma “super pod” com mais de 200 indivíduos. Todos os grupos interagiram por mais de 30 minutos de cada vez (segundo as leis implementadas para embarcações marítimo turísticas no Algarve, cada barco não pode permanecer mais de 30 minutos com o mesmo grupo de cetáceos).
O mar algarvio está repleto de biodiversidade e vale a pena fazer passeios de barco durante as várias estações, caso exista interesse em conhecer melhor as espécies que visitam este mar ao longo do ano todo (baleias, tartarugas marinhas, golfinhos, tubarões, etc…).
