No dia em que se celebra o Dia Mundial do Pardal-comum, ave em declínio moderado em Portugal, conheça as cinco espécies de pardais que podemos ver no nosso país (apesar de uma delas ser uma raridade).
Pardal-de-telhado ou pardal-comum (Passer domesticus):
Apesar de ser a mais abundante das 10 espécies mais comuns de Portugal, o pardal está em declínio moderado, segundo os resultados mais recentes do Censo das Aves Comuns.
“Como tem sido habitual em anos anteriores, o pardal foi a espécie detetada em maior abundância na primavera de 2023 em Portugal Continental. No entanto, vale a pena referir que o número total de aves contabilizadas desta espécie foi bastante inferior ao ano transato”, escrevem os autores deste Censo.
As causas deste declínio ainda não são claras, mas os especialistas apontam o dedo à intensificação agrícola, ao aumento do uso de pesticidas, à destruição de locais de nidificação e à poluição.
A verdade é que, desde as últimas décadas do século XX, as populações de pardal-comum têm vindo a diminuir ano após ano, especialmente nas principais capitais europeias, como Berlim, Paris, Praga ou Londres.
Estima-se que nos últimos 30 anos, a Europa tenha perdido 60% dos seus pardais-comuns, segundo a organização SEO/Birdlife. Para chamar a atenção para esta espécie, celebra-se a 20 de Março o Dia Mundial do Pardal-comum.
A época de reprodução desta ave começa a partir de Fevereiro mas é em Abril e Maio que se registam a maioria das posturas. Esta ave não é esquisita na hora de escolher o sítio para construir o seu ninho, que pode ser em árvores mas também em edifícios, postes de electricidade ou até mesmo em cima de ninhos de outras aves maiores, como a cegonha-branca.
Pode pôr três a cinco ovos por postura. Estes demoram entre 11 e 14 dias a incubar e as crias começam a voar com apenas 14 dias de vida.
No Verão, junta-se em grandes dormitórios em árvores como choupos, plátanos ou palmeiras. Esses dormitórios podem ter milhares de pardais.
Pardal-espanhol (Passer hispaniolensis):
Este pardal é mais comum no interior do país e é muito raro ocorrer em edifícios, preferindo os campos ou pastagens.
Segundo o portal Aves de Portugal, esta espécie pode ser facilmente confundida com o pardal-comum. “Durante a época de nidificação, os machos distinguem-se facilmente dos de pardal-comum pelo grande “babete” preto, pelos flancos riscados e pela coroa castanha e não cinzenta. As fêmeas são muito semelhantes às de pardal-comum, por vezes com os flancos levemente riscados. No Inverno, as cores encontram-se mais apagadas e a identificação não é tão imediata, sendo por isso importante observar as aves com atenção.”
Nidifica sobretudo em colónias, que se formam a partir de meados de Março. As suas posturas são de cinco ovos.
Alimenta-se de larvas de borboletas ou de gafanhotos.
Pardal-montês (Passer montanus):
Esta espécie de pardal é pouco comum, em especial no Baixo Alentejo e Algarve. No Norte e Beira Alta pode ser visto em zonas agrícolas, aldeias ou olivais antigos e perto de zonas húmidas.
Segundo o portal Aves de Portugal, o pardal-montês “parece uma versão reduzida do pardal-comum (…). Distingue-se principalmente pelo barrete totalmente castanho e pela mancha preta na face”.
Faz ninho em cavidades de castanheiros, sobreiros ou oliveiras, em buracos de edifícios e as suas posturas têm entre dois e sete ovos. O período de incubação é de 11 a 14 dias e as crias começam a voar com 15 ou 20 dias de vida.
Pardal-francês (Petronia petronia):
Também conhecido como pardal-da-índia ou tarrote-do-monte, o pardal-francês é uma espécie pouco comum em Portugal.
“Ocorre sobretudo em aldeias (na metade norte do país) e em zonas florestais com árvores velhas, nomeadamente sobreiros e castanheiros, nidificando em cavidades”, segundo o portal Aves de Portugal.
Geralmente as suas posturas são de quatro a sete ovos e o período de incubação é de 11 a 14 dias. Os jovens pardais-franceses começam a voar entre os 16 e os 21 dias de vida.
“É uma espécie residente que pode ser observada durante todo o ano, mas é consideravelmente mais fácil de encontrar durante a Primavera, época em que os seus chamamentos mais se fazem ouvir.”
Esta ave alimenta-se, sobretudo, de sementes mas também de bagas no Outono e de borboletas e gafanhotos na Primavera.
Pardal-alpino (Montifringilla nivalis):
Este será o mais raro dos pardais que ocorrem em Portugal. Até ao final de 2007 conheciam-se apenas cinco registos em Portugal.
O pardal-alpino, ou pardal-das-neves, é uma ave típica de alta montanha e as zonas de nidificação mais próximas de Portugal ficam no Norte de Espanha, na cordilheira Cantábrica.
Segundo o portal Aves de Portugal, esta pequena ave granívora “faz lembrar uma escrevedeira-das-neves. Distingue-se desta espécie pelo dorso acastanhado, pela cabeça-cinzenta e pelo bico amarelo”.