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A pé pela maior lagoa natural da Península Ibérica

Desta vez, os correspondentes da Wilder, Cláudia e Vítor, contam-nos o que viram na maior lagoa natural da Península Ibérica, a Pateira de Fermentelos, situada no triângulo dos concelhos de Águeda, Aveiro e Oliveira do Bairro.

 

 

As manhãs chegam enevoadas e já se sente a brisa fria do Outono. Os dias são mais curtos e as temperaturas menos elevadas. O fim do Verão chegou e para a sua despedida seguimos caminho até à Pateira de Fermentelos.

Entre Águeda, Aveiro e Oliveira do Bairro, esta é a maior lagoa natural da Península Ibérica. É alimentada pelo rio Cértima e tem o rio Águeda como efluente. Faz parte da Rede Natura 2000 e, desde 2013, é considerada uma Zona Húmida de Importância Internacional pelo Comissariado Internacional da Convenção de Ramsar.

 

 

Optámos por fazer o percurso “PR1– Da Pateira ao Águeda”, um trilho circular com cerca de 10km por caminhos rurais e florestais, quase todo em estrada de terra batida e com desníveis pouco acentuados.

O espaço é-nos desconhecido. Saídos da estação dirigimo-nos à aldeia de Óis da Ribeira, onde iniciamos o trilho junto à Igreja Matriz da freguesia. O trilho leva-nos a uma zona florestal onde o eucalipto marca a sua presença juntamente com pinheiros e castanheiros. Aqui e ali vão surgindo terrenos agrícolas habitados por quem recolhe legumes pela manhã, limpa as hortas ou recomeça a lavrar as terras.

 

 

O caminho segue e vai desvendando ao longe, por entre as árvores, a água azul da lagoa. Chegamos ao Parque de Espinhel, um espaço equipado com mesas, casas de banho, torneiras, estacionamento e baloiços fazendo as delícias de quem por lá aproveita para fazer um piquenique à sombra e merendar. Aqui o percurso sugere-nos uns valiosos 1.300 metros adicionais que nos fazem chegar ao rio Cértima. Aqui o silêncio é mais forte. Os barcos flutuam na margem ao sabor da água, os gafanhotos saltam à nossa passagem e há um corvo que grita ao longe.

 

 

Avistamos um manto de jacintos-de-água, espécie exótica invasora, em flor, a sua quantidade é impressionante… Estamos finalmente na margem da lagoa. Aqui existem dois observatórios de aves que nos fazem entrar nas águas e saborear a paisagem que nos rodeia. Vários galeirões passeiam à superfície, uma galinha de água passa fugidia e esconde-se nos caniços e uma garça-real mantém-se serena junto à margem.

 

 

A pateira é um lugar de refúgio e alimentação para muitas espécies, com destaque para a avifauna onde, dependendo da altura do ano, podemos encontrar garças-vermelhas (Ardea purpurea), garçotes (Ixobrychus minutus), águias-sapeiras (Circus aeruginosus), guarda-rios (Alcedo atthis), patos-reais (Anas platyrhynchos) ou milhafres-pretos (Milvus migrans).

 

 

Continuamos até ao Parque de Óis onde uma esplanada junto à água dá abrigo a muitos pescadores e se torna uma paragem estratégica para abastecer cantis e forças. Passamos pelo Clube de Remo e dirigimo-nos à Várzea do Águeda repleta por milharais prontos a colher. A estrada encaminha-nos para oeste e começamos a fechar o círculo. Surge novamente uma extensão opcional do percurso que ao longo de quatro quilómetros nos leva até à Ponte de Requeixo.

 

 

Está na hora de voltar a Óis. Os corvos sobrevoam os campos cultivados e o percurso segue junto ao rio Águeda. O largo do barqueiro permite uma última paragem para sentar, parar, ver e ouvir o lugar.

O percurso é rico e vale a visita. A sinalização nem sempre é eficaz, fazendo surgir algumas dúvidas pelo caminho, pelo que aconselhamos a utilização de GPS ou atenção redobrada.

 

 

 

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Leia o blogue da Cláudia e do Vítor

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