Num esforço de reintrodução da espécie, as autoridades espanholas confirmam o nascimento da primeira cria de quebra-ossos (Gypaetus barbatus) em liberdade, com animais nascidos em cativeiro na Andaluzia, de onde a ave desapareceu há 50 anos.
Tono, um macho de 2006, e Blimunda, fêmea de 2010, formaram um casal em 2013. Desde então, uma equipa técnica do Plano de Recuperação e Conservação de Aves Necrófagas da Andaluzia tem feito um seguimento intensivo do território deste casal, segundo um comunicado da Junta da Andaluzia.
O programa de reintrodução do quebra-ossos (Gypaetus barbatus) na Andaluzia pretende conseguir uma população autónoma e estável da espécie na região, de onde a espécie se extinguiu há cerca de 50 anos, através da libertação de animais. Graças à técnica chamada “hacking” consegue-se que o animal assuma a zona de libertação como o seu lugar de nascimento e que regresse a ela para se reproduzir.
Desde as primeiras libertações em 2006 já são 31 os quebra-ossos devolvidos à natureza nos parques naturais das serras de Cazorla, Segura e Castril (Jaén). Os animais nasceram em cativeiro no Centro de Reprodução de Guadalentín, criado em 1996 e gerido pela Fundação Gypaetus. Todos têm GPS e assim se soube que dos 31 animais nove morreram e que os transmissores deixaram de emitir sinal em outros sete. Apenas 15 continuam vivos e a serem seguidos.
Em Portugal, a espécie está dada como extinta. Não se conhecem registos da sua ocorrência desde o final do século XIX, segundo o livro “Aves de Portugal” (2010). O registo mais preciso é de 1888 quando duas aves foram abatidas no rio Guadiana. Os exemplares estão hoje no Museu de Zoologia da Universidade de Coimbra.