Os espaços verdes influenciam o desenvolvimento cognitivo das crianças, conclui um estudo feito a 2.600 alunos de 36 escolas primárias de Barcelona por uma equipa de cientistas, publicado hoje na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
O estudo – coordenado por Payam Dadvand e Jordi Sunyer, do Centro para a Investigação em Epidemiologia Ambiental (CREAL), em Barcelona – mostra que o contacto com a natureza dentro e em redor das escolas está relacionado com uma melhoria da memória e concentração das crianças, trazendo benefícios para o desenvolvimento do cérebro.
Para provar isto, os cientistas estudaram as alterações nas medidas cognitivas em cerca de 2.600 alunos com idades entre os 7 e os 10 anos em Barcelona, a cada três meses entre Janeiro de 2012 e Março de 2013.
Durante um período de 12 meses, a exposição à natureza dentro e em redor das escolas, determinada por dados de satélite, relacionou-se com uma melhor capacidade mental para manipular de forma contínua e actualizar as capacidades de informação como a memória e a atenção, independentemente da etnia e educação e emprego dos pais.
Os espaços verdes ajudam a reduzir a poluição do ar e o ruído e encorajam a actividade física, dizem os investigadores.
“Demonstrámos que, com zonas verdes, o desenvolvimento cognitivo melhora em 5%, uma percentagem muito significativa”, disse ao jornal El Mundo, Mark Nieuwenhuijsen, um dos investigadores que participou na investigação. “Esta é a primeira vez que se demonstra esta ligação”, acrescentou.