Uma tartaruga-de-Kemp (Lepidochelys kempii) juvenil foi ontem devolvida ao mar na Figueira da Foz, com a saúde recuperada, três meses e meio depois de entrar no Centro de Reabilitação de Animais Marinhos de Quiaios (CRAM-Q).
“Foi a primeira tartaruga-de-Kemp que libertámos”, anunciou o centro de Quiaios, onde o animal tinha sido entregue no dia 7 de Julho, depois de encontrado numa arte de pesca por pescadores da traineira “Gaivota do Mondego”, que o resgataram.
Na altura esta tartaruga rara pesava 2,350 kg e media 23 cm de comprimento na carapaça, apresentando algumas lesões na carapaça e na pele. Ontem, quando foi libertada, tinha ganho mais 1,130 kg de peso e crescido 3,6 cm na carapaça.
Os responsáveis do centro de reabilitação equiparam também a pequena tartaruga com um emissor de satélite alimentado por painéis fotovoltaicos, que lhes vai fornecer informações sobre a sua viagem.
De acordo com o centro, a tartaruga-de-Kemp é a espécie de tartaruga marinha mais ameaçada do mundo, tendo este sido o quarto registo da espécie em Portugal Continental.
Esta espécie é também a mais pequena de todas as tartarugas marinhas: um adulto mede apenas entre 58 a 66 cm de comprimento curvo da carapaça, em média, e costuma pesar entre 32 a 40kg.
A maioria dos adultos ocorrem nas águas do Golfo do México e na costa atlântica dos Estados Unidos da América, mas há alguns registos nos Açores, em Marrocos e no Mediterrâneo.