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Ambientalistas pedem mais investigação sobre stocks de sardinhas

27.08.2015

Desde a última semana, a sardinha tem andado na boca do mundo mas por razões que têm mais a ver com o declínio dos stocks no mar do que com gastronomia. Hoje, uma plataforma de associações ambientalistas pede mais investigação sobre o que se está a passar com estes peixes.

 

A Plataforma de Organizações Não-Governamentais para a Pesca (PONG-Pesca) apela às forças políticas nacionais “que é urgente aplicar recursos no conhecimento científico dos nossos mares e das espécies marinhas que aí existem”, diz em comunicado.

De momento, a quota de pesca autorizada para este ano – 13 mil toneladas – está quase esgotada e os armadores exigem medidas para saberem como será o ano de 2016.

As quotas são definidas por Portugal e Espanha, com o acompanhamento da Comissão Europeia e com base em pareceres científicos do ICES (CIEM – Conselho Internacional para a Exploração do Mar). O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) é a organização governamental responsável pela recolha e disponibilização de dados de Portugal.

“É inegável o padrão de declínio que se tem verificado durante mais de três décadas e que se tem acentuado nos últimos cinco anos”, lembra a plataforma.

Tendo em conta o estado dos stocks de sardinha, a plataforma apoia “as tomadas de decisão que vão no sentido de aceitar os pareceres científicos, i.e. não aumentar as quotas de 2015”. E acrescenta que respeitar esses pareceres “é essencial para a recuperação do stock para níveis que permitam uma exploração sustentável”.

As associações consideram que “sem a implementação de medidas de gestão, tais como a restrição de capturas, será muito difícil que o stock da sardinha recupere e volte a volumes que permitam a sua exploração de forma sustentável”.

A sardinha (Sardina pilchardus) reproduz-se na costa portuguesa de Outubro a Abril. Depois, desde o final da Primavera até meados do Outono, acumula gordura para crescer e sobretudo para ter energia para produzir os ovócitos e espermatozóides necessários à reprodução durante os meses seguintes, explica o IPMA no seu site.

Uma sardinha é adulta, e pronta para a reprodução, a partir de 1 ano de idade e quando atingir cerca de 14 centímetros de comprimento total. Vive até aos 14 anos de idade e atinge 27 centímetros de comprimento total. No entanto, na costa Portuguesa, são mais comuns as sardinhas mais jovens (até 6-7 anos) e pequenas (até 21-22 cm).

 

 

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Fazem parte da plataforma oito organizações: 

Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação dos Elasmobrânquios (APECE)

Grupo de Estudos do Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA)

Liga para a Protecção da Natureza (LPN)

Observatório do Mar dos Açores (OMA)

Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus)

Associação de Ciências Marinhas e Cooperação (Sciaena)

Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA)

WWF Portugal – World Wildlife Fund

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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