Os albatrozes começam a chegar ao atol de Midway, no Havai, no início de Outubro. Depois de muitos meses no oceano Pacífico, este é o único momento em que regressam a terra, para se reproduzir. Aos 74 anos, Wisdom voltou mais uma vez. No meio de centenas de milhares de ninhos, está a incubar o seu ovo.
Wisdom, um albatroz-de-Laysan (Phoebastria immutabilis), é a ave reprodutora a viver na natureza com mais idade do mundo. Segundo os ornitólogos que fazem os censos às populações desta espécie naquele atol da rede norte-americana de Refúgios Nacionais para a Vida Selvagem, Wisdom pôs o seu ovo a 26 de Novembro passado no atol de Midway, no Havai.
“Desafia a lógica e é algo realmente espantoso que Wisdom continue a ser capaz de se reproduzir e de desenvolver um ovo, além de sobreviver no mar e ter tido mais de 30 crias ao longo dos seus 74 anos de vida”, segundo um comunicado da associação Friends of Midway Atoll.
“Ela é mais do que um símbolo de esperança e de resiliência; ela também ajuda os cientistas a compreender melhor como podem conservar estas majestosas aves marinhas.”
O Atol de Midway é a maior colónia de albatrozes do mundo, com cerca de 70% da população mundial de albatrozes-de-Laysan (Phoebastria immutabilis) e quase 40% de albatrozes-de-patas-pretas (Phoebastria nigripes).
Os albatrozes-de-Laysan passam grande parte da vida (quase 90%) no oceano Pacífico à procura de alimento, e só vêm a terra uma vez por ano, sempre para o mesmo ninho.
Entre os albatrozes, macho e fêmea revezam-se na incubação do ovo, tal como depois do nascimento, para alimentarem e cuidarem da cria. Os turnos de cada membro do casal, enquanto incubam o ovo, podem durar muitos dias.
Muitos albatrozes tiram um ano de “férias” e, em vez de se reproduzir, optam por investir o seu tempo e energia na mudança das penas. Para uma espécie que voa tanto, penas robustas são cruciais. Mas este não foi o caso de Wisdom, albatroz com uma anilha vermelha na pata direita (Z333).
Esta ave foi registada no atol pela primeira vez em 1956, quando foi anilhada pelo biólogo Chandler Robbins, quando estava a incubar um ovo na mesma área do atol. Este calculou que a ave teria pelo menos cinco anos, quando a observou pela primeira vez, dado que essa é a idade a partir da qual estas aves se reproduzem.
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