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Foto: Quercus

Planta exótica cobre quilómetros de rio no Tejo Internacional, alerta Quercus

28.04.2020

Dezenas de quilómetros de rio, na região do Tejo Internacional, estão tapados por azola, planta aquática exótica invasora. As autoridades já estarão a investigar o caso, revela a Quercus.

 

A proliferação massiva desta planta aquática foi registada em vários locais do rio Tejo (nomeadamente no troço internacional) e nos seus afluentes Ponsul e Aravil, alertou hoje a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza em comunicado enviado à Wilder.

Depois de diversas denúncias de cidadãos preocupados com o estado dos rios da região, técnicos do núcleo da Quercus de Castelo Branco foram até ao terreno e confirmaram a “presença anormal de uma quantidade massiva de Azola (Azolla filiculoides), uma planta aquática invasora numa extensão de largas dezenas de quilómetros”.

Estes fenómenos agravam a degradação da qualidade da água do rio Tejo, alerta a associação.

Os tapetes densos de vegetação que se formam na superfície das águas “provocam uma diminuição da entrada de luz nas massas de água e fazem baixar o nível de oxigénio dissolvido na água, degradando ainda mais a sua qualidade”.

“Este tipo de fenómenos é, também, indicador de desequilíbrios nos ecossistemas e uma consequência da poluição, levando assim à eutrofização dos rios e provocando uma acentuada degradação da qualidade das massas de água.”

Em concreto, a azola prolifera quando as massas de água se encontram estagnadas e poluídas por fosfatos e nitratos.

Segundo o site Invasoras.pt, a azola é um pequeno feto anual de água doce, nativo da América Tropical. Esta espécie tem taxas de crescimento muito elevadas, podendo multiplicar a área invadida entre sete a 10 dias, quando a temperatura se situe entre 15 e 20°C.

“O potencial invasor desta espécie é também determinado pela presença de fósforo assimilável na água. Quando em concentrações muito elevadas, pode duplicar ou triplicar a área invadida”, segundo o Invasoras.pt.

Pode formar tapetes densos até 30 centímetros de espessura.

“A Quercus alertou de imediato as autoridades competentes, nomeadamente a APA (Agência Portuguesa do Ambiente) e o SEPNA (Serviço Especial de Proteção da Natureza da GNR), que já estarão a investigar as origens deste fenómeno.”

A associação” apela às autoridades para que prossigam a investigação sobre essas mesmas origens, reforcem os meios de fiscalização dos rios e promovam políticas de produção agrícola e pecuária ecológicas, de modo a que Portugal possa cumprir a Diretiva-Quadro europeia da Água, o principal instrumento da Política da União Europeia relativa à água”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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