A Iniciativa Europeia de Cidadãos contra o glifosato ultrapassou esta semana um milhão de assinaturas, menos de cinco meses depois de ter sido lançada nos países da União Europeia, anunciou a Greenpeace.
O objectivo desta petição, promovida por uma coligação de mais de 100 organizações, é banir o glifosato do espaço europeu, reformar o processo de aprovação de pesticidas no âmbito da União Europeia (UE) e assegurar metas obrigatórias para a redução destes produtos nos países comunitários.
A última contagem totalizava 1.012.724 assinaturas.
“A IEC preencheu os requisitos necessários pela UE em menos de cinco meses, tornando-a a iniciativa europeia de cidadãos de crescimento mais rápido desde que este instrumento foi criado na Europa, em 2012”, sublinhou a Greenpeace.
A organização ambientalista apelou também à Comissão Europeia para “respeitar as exigências dos signatários, recusando uma nova licença para o glifosato”.
Bruxelas anunciou recentemente que tenciona renovar a licença do glifosato por mais 10 anos, mas a decisão final só será tomada dentro de alguns meses, quando a actual licença terminar. Nos Estados Unidos, por exemplo, a patente deste herbicida expirou no ano 2000.
Prevê-se que o próximo passo da Comissão Europeia seja formalizar uma proposta, antes de avançar para uma discussão com representantes dos Estados-membros nos dias 19 e 20 de Julho. A proposta deverá ir a votação pelos governos europeus depois do Verão.
Com base neste resultado, a Comissão vai decidir, antes do final do ano, se renova ou não a licença para o glifosato.
Os responsáveis pela iniciativa europeia de cidadãos vão apresentar o documento no início de Julho, para exigir que Bruxelas responda oficialmente à petição, antes de haver uma decisão final. Para já, os organizadores querem chegar aos dois milhões de assinaturas durante as duas próximas semanas.
“A Monsanto e outros produtores de glifosato estão a fazer de tudo para que os governos de todo o mundo aprovem o seu produto”, acusou a directora de Política Alimentar da Greenpeace UE, Franziska Achterberg.
Entretanto, o partido d’Os Verdes no Parlamento Europeu pediu ao Tribunal de Justiça da União Europeia para investigar as informações da Agência Europeia de Segurança Alimentar (AESA) sobre o glifosato.
O partido considera que pode haver um “potencial conflito de interesses” no âmbito desta agência, uma vez que as informações divulgadas pela AESA contradizem os alertas da Organização Mundial de Saúde, emitidos em Março de 2015.
De acordo com a OMS, o glifosato é um herbicida “provavelmente cancerígeno em humanos”.
Já o director de Relações Corporativas para Espanha e Portugal da Monsanto, Carlos Vicente Alberto, contactado pela agência EFE Verde, afirmou que “são os critérios científicos e não ideológicos que devem reger qualquer decisão sobre a renovação na UE desta substância activa”.
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Saiba mais.
Informe-se melhor aqui sobre a campanha ‘Stop Glifosato’, coordenada a nível europeu pela WeMove.EU.