O Parlamento Europeu votou ontem contra os planos da Comissão Europeia para autorizar cinco organismos geneticamente modificados (OGM), especificamente milho e algodão.
Os eurodeputados de Estrasburgo votaram contra a autorização à entrada dos milhos Bt11 e 1507 (sementes), do milho MON 810 (produtos) e do algodão MON 88913 e também contra a renovação da autorização do milho MON 810 (sementes), ainda que caiba aos Estados-membros e à Comissão Europeia fazê-lo.
No caso dos milhos Bt11 e 1507, o Parlamento Europeu alertou que estes podem pôr em perigo várias espécies de borboletas, tanto diurnas como nocturnas, mesmo que estes animais não prejudiquem aquelas culturas. Relativamente a esta questão, os eurodeputados questionaram o conceito, introduzido pela Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA, sigla em inglês), de “mortalidade local aceitável” de espécies de lepidópteros (ordem de insectos que inclui as borboletas).
Além disso, na opinião do Parlamento Europeu, a avaliação da EFSA sobre as sementes do milho MON 810 carecem de dados suficientes. Os eurodeputados alertam para a possível contaminação cruzada por uma planta invasora com a toxina Bt (Bacillus thuringiensis), usada como pesticida, e que implica “importantes riscos para agricultores e para o ambiente”.
Quanto ao milho da Monsanto e ao algodão, o Parlamento disse que estes OGM estão a ser autorizados pela Comissão Europeia sem a aprovação dos Estados-membros. “Isto era suposto ser uma excepção ao processo normal de tomada de decisão, mas, na verdade, está a tornar-se a norma”, segundo um comunicado de Estrasburgo.