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Miguel Dantas da Gama, autor naturalista que dá voz à Peneda-Gerês e à vida selvagem

07.10.2022

Miguel Dantas da Gama, formado em Engenharia Eletrotécnica, deixou de lado a sua carreira para se dedicar à vida selvagem e à Peneda-Gerês. Este mês lança a sua obra mais completa, “Fronteira Selvagem”, para mostrar o quão especial é o único parque nacional português.

WILDER: O que faz?

Miguel Dantas da Gama: Abandonei a carreira profissional há mais de dez anos para me dedicar à vida selvagem. Criei uma marca, CANHÕES DE PEDRA, com que edito os meus livros. Para já todos sobre a Peneda-Gerês.

W: Onde e quando começou?

Miguel Dantas da Gama: Precisamente pelo Parque a que me mantenho fiel. Primeiro, desde miúdo, a conhecê-lo, depois a intervir em sua defesa.  Entre 1985 e  2020 fi-lo no seio do movimento ambientalista (QUERCUS e FAPAS, associações de que fui fundador) e agora por “conta própria”.

W: Como aprendeu a fazer o seu trabalho?

Miguel Dantas da Gama: Lendo, aprendendo com a experiência de amigos mais velhos, mas essencialmente andando no monte. É a minha verdadeira escola. Não tenho formação académica nesta área. O que sei, devo-o essencialmente aos animais e às plantas com que tento  conviver, deambulando pelo seu mundo, nas montanhas por onde tenho andado.

W: Quando começou, o que pensava que queria fazer?

Miguel Dantas da Gama: Conhecer, aprender. Não sabia o quão importante se iria transformar na minha vida. Hoje é a causa das causas. E há muitas que merecem o nosso empenho.

W: O que ainda lhe falta fazer?

Miguel Dantas da Gama: Na Peneda-Gerês continuarei a acompanhar e a escrever sobre o que para ele achar oportuno. Mas tenho outros projetos editoriais, além fronteiras. Disponho de conteúdos interessantes que trago das minhas incursões regulares pelas montanhas de Espanha e também de paragens mais remotas.


Saiba mais aqui sobre o novo livro de Miguel Dantas da Gama.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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