Nas últimas semanas, o centro de recuperação de animais selvagens em Castelo Branco não tem tido mãos a medir. Dois mochos, uma coruja, uma águia e uma cegonha-branca são as mais recentes vítimas do mau tempo.
São histórias de atropelamentos e electrocussões as que contam os animais que têm chegado nos últimos tempos a Castelo Branco ao CERAS – Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens, gerido pela associação Quercus.
“Têm chegado aqui vários animais com traumatismos graves por atropelamento, nomeadamente dois mochos-galegos, uma coruja-do-mato, uma águia-de-asa-redonda. Também chegou uma cegonha-branca electrocutada e outra com uma luxação de ombro por uma colisão com uma linha eléctrica”, diz Rocío Peñuela, a veterinária responsável pelo centro de recuperação.
A sua explicação para o aumento dos casos é o “mau tempo, o vento e a chuva, por causa da perda de visibilidade”.
O Inverno pode, de facto, ser uma estação complicada para a vida selvagem. “No Inverno, os animais que entram feridos no centro são, normalmente, indivíduos adultos. Já na Primavera e Verão, com a temporada de cria, há muitos ingressos de crias e de juvenis”, explica.
As causas de entrada mais frequentes são os atropelamentos. “Há menos horas de luz que no Verão, pelo que a visibilidade das estradas é mais reduzida, além de haver mais nevoeiro e chuva”, diz Rocío Peñuela. Outras causas são “as colisões com linhas eléctricas, electrocuções e tiro, quando está aberta a época de caça”.
Constantes ao longo de todo o ano são os animais que vão parar ao centro de Castelo Branco por terem estado em cativeiro ilegal ou por terem colidido com janelas, “sobretudo grandes janelas de vidro que as aves não identificam como uma barreira”, ou ainda animais com traumatismos por causa de vedações de arame farpado e quedas em balsas de rega.
Neste momento estão em recuperação no CERAS dois mochos-galegos, duas cegonhas-brancas, quatro águias-de-asa-redonda, dois gaviões, dois pombos e um abutre-preto.
[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.
Se quiser ajudar estes animais, pode inscrever-se como voluntário para ajudar no trabalho diário do centro, nomeadamente no tratamento dos animais, alimentação e limpeza das instalações. E ainda pode ajudar a construir novas infra-estruturas, como túneis de voo, e reparar redes de sombra, construir poleiros, piscinas para as aves, etc.
Mas mesmo sem ser voluntário, pode apadrinhar animais selvagens, doar medicamentos, alimentos ou mesmo fazer um donativo em dinheiro.
Pode encontrar tudo aquilo que o centro precisa aqui.
E se encontrar um animal ferido, a Quercus diz-lhe o que pode fazer para ajudar.