O desinvestimento e a falta de meios nos parques naturais do país está a impedir estas áreas de fazer um melhor serviço público, alertou nesta semana o presidente da Liga para a Protecção da Natureza (LPN).
“O desinvestimento público em matéria de gestão dos parques tem sido uma tendência nos últimos anos”, em especial no reforço de meios, disse Tito Rosa à agência Lusa, citou o jornal Público.
O presidente da LPN – a organização não governamental de Ambiente mais antiga do país, criada em 1948 – falava a propósito do Dia Europeu dos Parques Naturais, que se celebrou na quarta-feira passada.
A rede nacional de áreas protegidas tem hoje 23 parques e reservas naturais, correspondendo a 7% do território nacional. Tito Rosa salienta como positivo que hoje estas áreas sejam mais protegidas e que haja uma maior consciencialização. “Os parques são mais do que simples territórios com regras e restrições. São também áreas onde se salvaguardam espécies, sistemas naturais únicos e valorização do território”, acrescentou.
Ainda assim, podiam fazer melhor serviço público se tivessem mais meios. “O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) sabe o que tem de fazer e tem a intenção de o fazer, mas não tem meios.” Na opinião deste ex-presidente do ICNF (2008 – 2012) “tem-se feito pouco” quanto à atribuição de verbas pelos vários Governos, através dos orçamentos.
Um dos projectos previstos pelo Governo na área da conservação da natureza é o Plano Piloto da Peneda-Gerês, aprovado em Conselho de Ministros a 27 de Outubro de 2016, na sequência dos incêndios que atingiram o único Parque Nacional do país. Este plano tem assegurado um financiamento total de 8,6 milhões de euros, grande parte do qual com origem no Fundo Ambiental. Este veículo financeiro para o Ambiente disponibiliza 154 milhões de euros para este ano.