Esta nova espécie, a Pseudochelidura cantabrica, é endémica da cordilheira Cantábrica, revelou um artigo publicado na revista científica European Journal of Taxonomy.
Uma equipa de cientistas descreveu uma nova espécie de bicha-cadela endémica da Cordilheira Cantábrica, isto depois de ter revisto a taxonomia das espécies ibéricas do género Pseudochelidura.
Os investigadores analisaram a morfologia e dados moleculares de 458 exemplares das colecções do Museu Nacional espanhol de Ciências Naturais (MNCN-CSIC) e descobriram que, contrariamente ao que se acreditava, as populações pirenaicas e cantábricas correspondem a duas unidades evolutivas independentes.
A nova espécie ocorre ao longo de toda a Cordilheira Cantábrica a altitudes entre os 1.128 e os 2.184 metros. Vive em prados e zonas de pastagens de montanha, em populações dispersas.
“A distribuição tão irregular desta espécie, além de ser um problema para a sua conservação porque faz com que as populações estejam afastadas entre si, torna-as difíceis de localizar”, contou Pilar Jurado Angulo, investigadora do MNCN, em comunicado.
Um dos objectivos da equipa de investigadores era rever a taxonomia do género Pseudochelidura na Península Ibérica. Para isso, analisaram um total de 458 exemplares da colecção de insectos do MNCN, em Madrid, mais concretamente 426 para análise morfológica e 32 para análises moleculares.
Além disso, ainda estudaram bichas-cadelas in situ, na natureza, nos Pirinéus e na Cordilheira Cantábrica.
No âmbito destes trabalhos, os investigadores descobriram grandes diferenças genéticas entre as populações pirenaicas e as cantábricas. Essas diferenças sugerem um afastamento entre elas, suficientemente duradouro para terem evoluído de forma a tornarem-se duas espécies diferentes.
“Na verdade, além de descrever a espécie das montanhas cantábricas, descobrimos que as três que pensávamos coexistirem nos Pirinéus – P. sinuata, P. minor y P. montuosa – são, na realidade, apenas uma, P. sinuata“, salientou Mario García París, investigador do MNCN.
Na sua opinião, “o estado de conservação de P. cantabrica e P. sinuata deve ser avaliado tendo em conta aquilo que descobrimos na revisão taxonómica”.
“O facto de se tratarem de espécies diferentes e afastadas geograficamente altera o seu estado de conservação, especialmente com o cenário das alterações climáticas nas cadeias montanhosas”, lembrou.