Metade do dinheiro que a ambientalista recebeu no âmbito do Prémio Gulbenkian para a Humanidade já foi distribuído por várias regiões do mundo.
Greta Thunberg está a cumprir o que prometeu quando lhe foi atribuído o Prémio Gulbenkian para a Humanidade, a 20 de Julho: aplicar o valor recebido, de um milhão de euros, em projectos de combate à crise climática e ecológica e aos seus efeitos nas populações mais desfavorecidas.
Até agora, anunciou esta segunda-feira a Fundação Calouste Gulbenkian, “a Fundação Greta Thunberg já doou quase metade do valor do prémio a uma dezena de organizações não-governamentais que se dedicam a causas ambientais e humanitárias”.
A campanha SOS Amazonia, da organização ambientalista Fridays for Future Brazil, foi uma das primeiras organizações apoiadas, com uma doação de 100.000 euros. Em causa está o combate à Covid-19 nas comunidades tradicionais da Amazónia, que de acordo com esta campanha são “as maiores protectoras da floresta e fundamentais na luta contra as mudanças climáticas”.
Outros 100.000 euros foram para a Stop Ecocide Foundation, que luta para tornar o ecocídio um crime reconhecido pelo Tribunal Criminal Internacional, trabalhando para isso com advogados, investigadores e diplomatas.
Seguiu-se outro pacote de doações no valor total de 100 mil euros, que tiveram como destino as vítimas das inundações na Índia e no Bangladesh. Esses apoios foram dirigidos a organizações no terreno, que se esforçam para fornecer abrigo, roupas, comida e cuidados médicos aos desalojados das regiões afectadas: a BRAC Bangladesh, a Goonj, a Action Aid India e a Action Aid Bangladesh.
“O desastre ecológico provocado pelo derrame de petróleo nas Maurícias, este Verão, mereceu também a atenção da Fundação Greta Thunberg”, acrescenta a Fundação Calouste Gulbenkian. Em resposta a um pedido de ajuda da Fridays For Future daquela região, foram doados 10.000 euros a uma campanha de ‘crowdfunding’ lançada por aquela organização, com o objectivo de comprar equipamento capaz de remover o óleo da costa.
As vítimas das alterações climáticas em África foram também apoiadas, através da doação de 150.000 euros repartidos por três organizações não governamentais: a Red Cross and Red Crescent Movement, organização que apoia comunidades vítimas de catástrofes em todo o continente africano, incluindo inundações, secas e insegurança alimentar; a Oil Change International, que “apoia projetos de energias renováveis em todo o continente africano”; a Solar Sister, uma estrutura que “dá apoio e formação empresarial a uma rede de mais de 5.000 mulheres empreendedoras da Tanzânia e Nigéria, para a criação de empresas limpas e movidas a energia solar.”
Greta Thunberg foi escolhida pelo Grande Júri do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, presidido por Jorge Sampaio, entre 136 nomeações provenientes de 46 países.
As nomeações para a 2ª edição do Prémio Gulbenkian para a Humanidade começam já estão abertas e prolongam-se até Fevereiro de 2021.
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