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Que espécie é esta: chove e aparecem as formigas com asas

27.10.2017

Na semana passada, havia centenas de formigas com asas nas ruas e jardins de Lisboa. A Wilder ficou curiosa e pediu ajuda para identificar estes insectos. Eva Monteiro, do projecto Estações da Biodiversidade, respondeu.

Estas são formigas-de-asa, insectos que pertencem à Ordem Hymenoptera que agrupa os insetos conhecidos por abelhas, vespas e formigas. De facto podem tratar-se de uma qualquer espécie de formiga, pois todas as rainhas e machos têm asas.

As rainhas só apresentam asas enquanto jovens, quando abandonam o formigueiro em que foram criadas para acasalar. Os machos são sempre alados, mas o seu objetivo é o mesmo, poder dispersar-se e acasalar.

O que vemos quando aparece a formiga-de-asa é a dispersão massiva de rainhas recém-formadas e de machos, que enchem os ares no chamado voo nupcial. O acasalamento dá-se também em voo. Depois, as rainhas vão procurar locais apropriados para estabelecer novas colónias e perdem as asas. Já não precisam delas, vão passar os próximos anos extremamente ocupadas a colocar ovos de novas formigas. Os machos não perdem as asas, mas não vão viver mais de duas ou três semanas depois deste voo nupcial.

Este fenómeno do aparecimento de formigas-de-asa em grande número é muito evidente após chuvadas que sucedem a dias quentes no princípio do Verão ou do Outono. Nem todos vão conseguir acasalar e estabelecer novas colónias, mas serão seguramente uma importante fonte de alimento para aves e outros vertebrados.

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.


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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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