Depois da apresentação, a 11 de Dezembro, do Pacto Ecológico Europeu, a organização ANP-WWF pede ao Governo português para assumir desde já um forte compromisso para com este roteiro para a sustentabilidade.
O grande objectivo do Pacto Ecológico Europeu (Green Deal, em inglês) é tornar a Europa no primeiro continente neutro do ponto de vista climático no horizonte de 2050.
Este documento é um roteiro com acções para várias áreas, entre elas a preservação e protecção da Biodiversidade. O objectivo é “inverter a perda de biodiversidade”.
“Estamos determinados em ser bem sucedidos, em prol do nosso planeta e da vida na Terra, em prol do património natural da Europa, da biodiversidade, das nossas florestas e dos nossos mares”, disse ontem a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A associação WWF saúda o anúncio feito pela Comissão Europeu, por reconhecer “claramente os desafios ambientais que o mundo está a enfrentar” e por ser “uma urgente chamada de atenção e incentivo à ação”.
“O pacote proposto é abrangente, identificando as áreas de ação corretas – da restauração da biodiversidade e da natureza, às alterações climáticas e ao fim da desflorestação”, disse, em comunicado, Ester Asin, directora do Escritório de Políticas Europeias da WWF.
“No entanto, ao enfatizar o crescimento económico contínuo como um objetivo-chave, a Comissão perdeu uma oportunidade de desafiar o paradigma tradicional de crescimento em favor de uma abordagem que respeite as fronteiras do planeta.”
Ângela Morgado, diretora executiva da ANP – WWF, entende que “o Governo português deve assumir desde já um forte compromisso para com este Acordo Verde, planeando a sua transposição para Portugal através de ações significativas, com prazos claros e medidas concretas”.
Ainda assim, “a neutralidade carbónica de Portugal para 2050 é só uma face da moeda. É preciso que o Governo mostre como pretende restaurar a natureza em Portugal, um dos pontos fortes deste Acordo Verde”.
A organização defende que a Europa deve “enfrentar com urgência a sua contínua perda de natureza, o que também agrava a crise climática”.
Andreas Baumüller, chefe de recursos naturais do Escritório de Políticas Europeias da WWF, considera que “o foco da Comissão no restauro da natureza proposto para a estratégia de biodiversidade 2030 está na direção certa”. No entanto, “isso não passa de uma promessa vazia se não houver investimentos significativos previstos e que mobilizem o setor público e privado”.
Quanto à conservação da vida marinha, a WWF denuncia que o Pacto Ecológico Europeu não oferece nenhuma medida concreta para conseguir áreas marinhas protegidas mais interligadas e bem geridas. “A União Europeia tem o maior território marítimo do mundo, mas pouco “azul” pode ser encontrado no Acordo Verde Europeu”, comentou Samantha Burgess, diretora de política marinha da Europa.
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