Helena GeraldesA leitora Paula Pestana encontrou este anfíbio a 25 de Julho na zona da Camacha, ilha da Madeira, e pediu para saber a que espécie pertence. Rui Rebelo responde.
“Moro na ilha da Madeira, na zona da Camacha. Aqui há um ribeiro. Esta semana estava eu dentro de casa quando escutei um barulho que nunca tinha ouvido. Perguntei a um familiar meu o que seria e respondeu que tinha sido uma rã. Mas pensei que isso seria impossível, porque não sabia a origem da mesma. Mais tarde ouvi novamente o mesmo barulho. E quando decidi averiguar dei com cinco rãs bem pequenas dentro do meu ribeiro. Decidi procurar na Net que tipo de rã podia ser e a sua origem quando me deparei com o vosso site e aprecebi-me que o que tenho são rãs-ibéricas. Elas são muito lindas e até dão assim um ar de verão mesmo a quem reside cá. Desconhecia essa possibilidade de existirem na Madeira. Deixo a foto de uma que tirei. São lindas e parecem fofas mas ao mesmo tempo esquisitas porque nunca tinha visto algo igual ou semelhante”, escreveu a leitora à Wilder.
Trata-se da rã-verde-comum (Pelophylax perezi).
Espécie identificada e texto por: Rui Rebelo, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Trata-se, na verdade, de uma rã-verde, não é a rã-ibérica. A rã-verde é nativa da Península Ibérica e foi introduzida na Madeira (e nos Açores). Mas não se sabe muito sobre a data de introdução.
Como gostam de locais com água parada, onde podem reproduzir-se em grande número, não são muito fáceis de ver na Madeira, que é uma ilha muito montanhosa. Mas acho que podem aparecer um pouco por todo o lado. E sim, cantam mais no fim da Primavera e durante o Verão, que é quando se reproduzem.
Esta é uma espécie nativa e endémica da Península Ibérica. Como nem todos os exemplares são verdes, as pessoas podem pensar que não é uma “rã-verde”, mas esta variabilidade nas cores é muito comum nos anfíbios.
Esta rã tem uma coloração muito variável e pode ser confundida com outras.
Mas todos os indivíduos têm duas pregas de pele longitudinais que vão desde o olho até à inserção da pata posterior.
A rã-verde está presente em todo o território português, admitindo-se que seja o anfíbio mais comum em Portugal. Ocorre em toda a Península Ibérica, podendo ser observada pelo menos até ao Sul de França.
Este anfíbio atinge facilmente 7,5 cm, podendo chegar aos 10 cm de comprimento.
Esta espécie, até há pouco tempo, tinha como nome científico Rana perezi, e actualmente se chama Pelophylax perezi.
Agora é a sua vez.
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