Equipa WilderValeria Vennettilli e Leonardo Nunes fotografaram duas aranhas diferentes, em Lagos e em Conceição de Faro, no Algarve, e pediram ajuda na identificação. Pedro Sousa responde.
Valeria Vennettilli fotografou uma aranha em Lagos, no Algarve, no dia 25 de Outubro. A poucos quilómetros de distância, e no mesmo dia à noite, Leonardo Nunes deparou-se com uma aranha perto de Faro, na parede exterior da casa onde mora.
“Ao aproximar-me, deparei-me com uma aranha numa postura defensiva. Consegui, com cuidado, colocá-la num frasco onde, com melhor luz, tirei umas fotografias de forma a tentar identificá-la”, explicou o leitor, numa mensagem enviada à Wilder.
“A aranha demonstra um comportamento muito agressivo, algo que eu nunca vi em nenhuma outra espécie que encontrei em volta da minha casa”, disse ainda Leonardo Nunes. “Peço que, se puderem, identifiquem de que espécie se trata. Estou bastante curioso por saber.”
Pelo aspecto geral das duas aranhas e pela sua localização, parece tratar-se da espécie Ummidia algarve, por vezes chamada pelo nome comum de aranha-buraqueira-de-alçapão-duplo.
Espécie identificada e texto por: Pedro Sousa, biólogo com vasta experiência na identificação de espécies de aranhas autóctones de Portugal e especialista do grupo Aranhas e Escorpiões da IUCN SSC.
Esta é uma aranha que constrói uma toca revestida com a sua teia e que a cobre com uma tampa. É uma das espécies vulgarmente conhecidas por aranhas-buraqueiras.
Nos dois casos parece tratar-se de um macho, que provavelmente saiu da sua toca em busca de uma fêmea para acasalar.
No caso da aranha observada por Leonardo Nunes, os machos podem ser mais agressivos, e esta aranha tem quelíceras robustas com as quais tenta defender-se. Estando dentro de um frasco e sem hipótese de fuga, o animal não tem outra hipótese de defesa senão ameaçar o agressor com as quelíceras e patas levantadas (normalmente) e esperar que isso seja suficiente para afastar essa ameaça.
As aranhas-buraqueiras, como é o caso, costumam ser agressivas a defender a sua toca se forem perturbadas e se a tampa que as protege for aberta, pois essa é a sua última linha de defesa. É que se permitirem que um predador, como uma vespa-caçadora, entre na sua toca, estarão em grande perigo.
Descubra mais sobre as aranhas buraqueiras aqui. E leia mais sobre esta curiosa espécie, numa identificação anterior.
Agora é a sua vez.
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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.
