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Este guia vai-nos tornar peritos nos anfíbios e répteis de Portugal

11.05.2018

Identificar as 51 espécies de anfíbios e répteis de Portugal é agora bem mais fácil. Dois naturalistas juntaram-se para fazer um guia que nos torna peritos em rãs, sapos, salamandras, tritões, cágados, camaleões, osgas, cobras, lagartos e lagartixas e víboras.

 

Provavelmente tudo o que sempre quis saber sobre estes animais está no guia “Anfíbios e Répteis de Portugal”, lançado em Novembro do ano passado, por Ernestino Maravalhas e Albano Soares.

Nas cerca de 300 páginas deste guia, com versão em Português e Inglês, encontra as fichas de 51 espécies, cada uma com fotografias – do adulto, do macho e da fêmea e dos juvenis -, mapa de distribuição, descrição da espécie, biologia, espécies similares, comprimento do adulto, ciclo de vida (qual a época de reprodução e o período de hibernação), estatuto de ameaça e comportamentos.

Para ajudar a identificar, este guia indica ainda qual a forma da pupila de cada grupo de espécies. Por exemplo, no caso dos anfíbios, os sapos-parteiros, o sapo-de-unha-negra e os sapinhos têm pupilas na vertical; os sapos, as relas e as rãs têm as pupilas na horizontal.

Aqui estão reunidas, por exemplo, as três espécies de salamandras de Portugal, os quatro tritões, os três sapinhos, os dois sapos, as duas rãs, as duas osgas, os 11 lagartos e lagartixas, as oito cobras e as duas víboras.

“Este guia foi feito para qualquer curioso que vai para o campo e quer conhecer estes animais”, contou à Wilder Ernestino Maravalhas, membro fundador do TAGIS – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal e que estuda a biodiversidade há mais de 40 anos.

“Qualquer pessoa pode levá-lo para o campo para identificar os animais. Tem um grafismo muito intuitivo,  fotos grandes para se ver bem o bicho e textos relativamente fáceis para que qualquer pessoa consiga perceber o contexto.”

A ideia para este guia surgiu há 10 anos. “Sentimos que havia falta de um guia fotográfico em Portugal, que ajudasse à identificação das espécies no campo”, explicou Ernestino Maravalhas. “Entretanto decidimos dar prioridade a um guia de libélulas, porque para este grupo não havia nada. Mas agora, finalmente, foi publicado.”

O guia inclui também dicas sobre quando e onde encontrar anfíbios e répteis em Portugal e sugere locais onde os observar no Continente, desde a Mata da Albergaria (Gerês) e a Mata da Margaraça (Arganil) ao Pulo do Lobo (Mértola) ou à Quinta do Lago (Loulé). Para cada região do país, os autores indicam os vários locais, de entre os melhores.

E para quem gostar de saber mais, o guia tem informações sobre a origem e a diversidade dos anfíbios e répteis, o seu ciclo de vida, como os identificar (segundo informações básicas de anatomia), quais são os seus predadores, de que se alimentam e o que está a ser feito para os conservar.

Há também uma lista com as espécies exóticas: tritão-de-crista, rã-de-unhas-africana, tartaruga-da-Flórida e lagartixa-italiana. Estas podem alterar as cadeias alimentares nos ecossistemas que invadem e serem portadoras de doenças contagiosas, explicam os autores do guia.

O conhecimento do cidadão sobre répteis e anfíbios ainda “não é muito profundo, ainda não temos uma cultura de observação da natureza”, considera Ernestino Maravalhas. “Mas há cada vez mais gente interessada. Por exemplo, as redes sociais permitem hoje uma ligação mais fácil do cidadão à natureza e aos especialistas que validam a identificação de espécies.”

E isto é extremamente relevante, notou. “As pessoas podem ajudar-nos a perceber o que está a acontecer a estas espécies. Por exemplo, se moram num local onde dantes viam determinada espécie e agora já não a encontram, isto ajuda a perceber a movimentação desse animal.”

 

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Guia dos Anfíbios e Répteis de Portugal

Preço: 20 euros

Data de publicação: Novembro de 2017

À venda no site da Quercus, Naturlink e em algumas FNAC.

Tiragem: 2.000 exemplares

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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