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Nova exposição no Porto mostra o melhor dos 130 anos da National Geographic

17.10.2019

A revista que inspira a descoberta, curiosidade e exploração do planeta faz 130 anos. De 18 de Outubro de 2019 a 19 de Julho de 2020 poderá ver itens icónicos da National Geographic no Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.

A exposição “Um Século e Tanto: 130 anos National Geographic” quer celebrar mais de um século de história de uma das mais icónicas instituições do mundo.

De 18 de Outubro de 2019 a 19 de Julho de 2020, poderá ver cerca de 150 itens icónicos que marcaram a história da revista, como fotografias, mapas e vídeos, escolhidos do seu museu em Washington D.C.

Jacques-Yves Cousteau dá a conhecer Denise, o seu revolucionário “disco” de mergulho patrocinado pela National Geographic Society. Porto Rico, 1960. Foto: Thomas J. Abercrombie

A estes junta-se uma seleção de 200 capas das edições internacional e nacional da revista, ilustrando momentos emblemáticos dos séculos XIX, XX e XXI.

“Para uma organização, celebrar 130 anos é um feito incrível”, disse Luís Fernambuco, diretor-geral da National Geographic Partners em Portugal, em comunicado enviado à Wilder. “No caso da National Geographic só foi possível porque a sua missão é intemporal: promover a conservação, a exploração e a ciência, através de imagens e histórias impactantes, que não nos deixem ficar indiferentes e nos levem a agir.”  

Tudo estará organizado em nove secções, ao longo das quais os visitantes poderão conhecer melhor os primeiros anos da National Geographic Society, o seu presente e futuro, e a sua missão.

Ao lado dos objectos da história da National Geographic Society (NGS) estarão também testemunhos da exploração portuguesa nas áreas da ciência e tecnologia.

Um babuíno-gelada, que normalmente gosta de passear pelas pastagens da Etiópia, mostra as presas. Parque Nacional do Simien, Etiópia, 2002. Foto: Michael Nichols

Nas renovadas instalações do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, a nova exposição dedica espaço à exploração e investigação nacionais.

Entre os grandes destaques estão o “Padrão de Santo Agostinho”, colocado por Diogo Cão em 1483 no Cabo de Santo Agostinho, (actualmente Cabo de Santa Maria), a Sul de Benguela (Angola) e aguarelas e ilustrações representativas da expedição científica de Alexandre Rodrigues Ferreira ao sertão brasileiro realizada entre 1785 e 1794.

Poderá descobrir ainda os instrumentos utilizados durante a expedição científica conduzida por Hermenegildo Brito Capelo e Roberto Ivens ao interior de África em 1877 e cadernos de campo, imagens, relatórios e espécimes de herbário relativos à expedição científica à Serra da Estrela, realizada em 1881.

Não faltam os exemplares de mamíferos, répteis e aves recolhidos por Francisco Newton durante a sua expedição zoológica a Angola entre 1903 e 1905.

Quer tenham ou não chegado ao Polo Norte em 1909, Robert E. Peary e o seu assistente foram os primeiros a aproximar-se deste objetivo. Canadá, 1909. Foto: Robert E. Peary

Para mostrar este testemunho da curiosidade portuguesa foram várias as instituições que cederam fotografias, ilustrações, mapas e objetos das suas colecções, desde o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, à Sociedade de Geografia de Lisboa, Museu de Marinha e o Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa.

A exploração portuguesa que se realiza nos dias de hoje estará também representada, nomeadamente através das histórias protagonizadas por três bolseiros National Geographic portugueses que estão a desenvolver projetos-chave nas áreas da arqueologia, ecologia e conservação da natureza.

“Esta extraordinária exposição conta-nos a história de como a curiosidade que naturalmente nos caracteriza tem permitido à National Geographic dar a conhecer novas realidades e fenómenos, sempre de uma forma profundamente estimulante”, comentou Nuno Ferrand de Almeida, diretor daquele Museu de História Natural e da Ciência.

Eliza Scidmore produz fotografias do Japão pintadas à mão para a National Geographic, que dois anos antes havia começado a publicar fotografias a “cor” semelhantes. Japão, circa 1900. Foto: Eliza Scidmore

O responsável espera que “as pessoas se encantem com mais de um século de história dada a conhecer por aquela que é uma das marcas mais queridas do público, reconhecida internacionalmente como sinónimo de inspiração”.

Como nasceu a National Geographic?

Numa noite fria do mês de Janeiro de 1888, 33 homens juntaram-se no Cosmos Club, em Washington D.C., para fundar “uma sociedade dedicada à difusão do conhecimento geográfico”. Este encontro histórico marcou o nascimento da National Geographic Society (NGS). Meses mais tarde, em Outubro do mesmo ano, a nova sociedade publicaria a primeira edição da sua revista, enviada em exclusivo para os seus 200 membros.

Ainda que no início o objetivo fosse explorar a geografia do mundo, os desafios foram variando com o tempo e moldando-se segundo novas prioridades. A geografia deu lugar à exploração de outros universos desconhecidos como os oceanos e o espaço. 

Desde a sua fundação, a NGS alterou os limites da exploração, para recolher e disseminar mais conhecimento sobre o nosso planeta de um modo apaixonante, e tornou-se uma referência do que diz respeito à exploração e investigação. 

Hoje está presente em 172 países, falando 43 línguas e alcançando 450 milhões de pessoas todos os meses.


“Um Século e Tanto: 130 anos National Geographic”

18 de Outubro de 2019 e 19 de Julho de 2020

Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto

Edifício Histórico da Reitoria da U.Porto, ao Jardim da Cordoaria

Bilhete adulto: 9 €

Bilhete reduzido (crianças com mais de 5 anos, estudantes, >65): 4 €

Bilhete familiar: 23 €

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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