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Erva-das-pampas. Foto: BioRia

BioRia organiza voluntariado neste sábado para controlar erva-das-pampas

24.08.2021

A actividade de controlo da erva-das-pampas, espécie exótica invasora, vai acontecer a 28 de Agosto, a partir das 09h30, no Percurso de Salreu, em Estarreja. Procuram-se voluntários.

O BioRia – projecto de conservação da natureza e biodiversidade da Câmara Municipal de Estarreja – promove esta acção de voluntariado para preservar a natureza e sensibilizar a comunidade para uma cidadania ativa, segundo um comunicado enviado ontem à Wilder.

A acção de controlo da dispersão de erva-das-pampas no Percurso de Salreu irá decorrer no dia 28 de Agosto, sábado, a partir das 09h30. Os interessados podem juntar-se à iniciativa de manhã e/ou à tarde e assim ajudar na luta contra as invasoras e na preservação da biodiversidade local.

“A erva-das-pampas (Cortaderia selloana) é uma espécie invasora em Portugal, com ampla distribuição na região, e que afeta negativamente os ecossistemas que ocupa”, explica o BioRia.

Erva-das-pampas. Foto: BioRia

“Tendo em conta que uma planta feminina pode produzir até 1 milhão de sementes, travar a sua dispersão é fulcral, e para isso é necessário remover as “plumas” ou “penachos” antes da libertação das sementes.” 

Originária da Argentina e do Chile, a erva-das-Pampas chegou a Portugal como planta decorativa de jardins e quintais, mas hoje o seu crescimento no território está a ser alarmante. De tal modo que em 2018 foi lançado um projecto luso-espanhol na busca de soluções para este problema, o LIFE Stop Cortaderia, co-financiado pela União Europeia.

É normalmente de Junho ou Julho até fins de Setembro ou inícios de Outubro – durante a floração – que se formam estas plumas novas na erva-das-pampas. E é no início dessa época, quando as flores ainda não evoluíram para frutos, que é mais seguro remover as plumas, explicaram anteriormente à Wilder Mónica Almeida e Hélia Marchante, ligadas ao LIFE Stop Cortaderia e à Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC). Essa é uma das principais formas de controlar o crescimento desta invasora.

A iniciativa vai acontecer no Percurso de Salreu, um percurso circular de oito quilómetros que “atravessa campos de arroz, sapais, juncais e caniçais. A presença do Rio Antuã e do Esteiro de Salreu, ligados por uma rede de valas, permite a comunicação entre todos os habitats, justificando os elevados índices de biodiversidade existentes”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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