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A pé pelo Parque Natural do Litoral Norte

Cláudia Salgueiro e Vítor Guerreiro, correspondentes da Wilder, registaram na memória, mas também no caderno de campo e em fotografia o percurso que fizeram para conhecer um bocadinho deste Parque Natural, entre o rio Cávado e o Atlântico.

 

 

Entre a foz do rio Neiva e a zona da Apúlia encontramos o Parque Natural do Litoral Norte. Aqui existem praias de mar e de rio, dunas, o cabedelo do Rio Cávado, pinhais e campos agrícolas.

 

 

Dentro dos três percursos pedestres marcados – o  “Percurso entre o Cávado e o Atlântico”, o “Percurso entre o Neiva e o Atlântico” e o “Percurso das Masseiras” – optámos pelo primeiro devido ao fácil acesso ao nível de transportes públicos.

É interessante perceber como em cada um destes percursos se estabelece uma relação com o vento e respectivamente o rio, o céu e as populações.

Chegámos pouco antes do almoço e começámos a caminhar.

 

 

O percurso que escolhemos é uma pequena rota circular, com cerca de nove quilómetros, que se vai desenvolvendo do lado sul do rio Cavádo até à foz, continuando depois pela areia junto ao mar. É de ter em conta que o percurso ainda não tem sinalização na sua totalidade pelo que convém ir vendo o mapa ou recorrer ao GPS se a intenção for percorrê-lo integralmente.

Inevitavelmente, com a chegada do Verão as praias enchem-se de gente, pelo que a primeira parte percurso, junto ao estuário, deve ser aproveitada e vista com calma. Aqui com um olhar atento podemos parar nos observatórios de aves, podemos sentar-nos a observar os juncos, até que um pato-real, uma gaivota ou uma pêga-rabuda interrompa o silêncio e passe a voar.

 

 

O espaço é privilegiado para isso mesmo, existindo infraestructuras que promovem a actividade. Corvos-marinhos, águias-sapeiras, rouxinóis dos caniços, pilritos, borrelhos. A diversidade é muita e durante o ano este poderá ser um local estratégico de observação em épocas migratórias.

Até à praia o caminho é feito pelos típicos passadiços de madeira. É por estes caminhos que podemos também observar a flora que entre os pinhais e as lagoas costeiras vai florescendo.

 

 

O desaparecimento do areal e as rigorosas marés de Inverno obrigam a obras na praia de Ofir. Camiões, máquinas e areia revoltada tornam estes metros menos interessantes do ponto de vista estético, natural e paisagístico. As torres já praticamente juntas à zona de rebentação e as vivendas construídas junto ao rio e à praia fazem-nos observar a ambição e a luta perdida do homem contra o mar.

Já na volta, achámos curioso os inúmeros sinais que proibem acampar, alertando para zona de paisagem protegida onde, não obstante, urbanizações, vivendas, ruas e estradas ocupam todo o espaço.

O percurso recomenda-se, é de fácil acesso e, apesar de tudo, é simples de percorrer. O estuário representa o seu ponto alto e será um bom local para parar, descansar e refletir enquanto se observa a paisagem envolvente. Provavelmente fora da época balnear proporcionará uma visita mais calma e silenciosa. Contudo valerá sempre a pena a visita e será sempre uma oportunidade de sair da cidade e escapar à rotina.

 

 

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Leia o blogue da Cláudia e do Vítor

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