Operação Namib. Foto: Guardia Civil espanhola

Cinco detidos em desmantelamento de rede de tráfico de espécies em Espanha

27.05.2025

A Guardia Civil espanhola desmantelou uma rede de tráfico e posse ilegal de 30 animais de espécies selvagens protegidas como papagaios, tartarugas e até um suricata. Numerosos animais provinham de Portugal.

Segundo um comunicado da Guardia Civil espanhola, de 24 de Maio, há cinco detidos e 18 pessoas a ser investigadas pelo seu presumível envolvimento no tráfico e na posse ilegal de animais selvagens.

A operação Namib, que durou cerca de um ano, centrou-se em Cáceres mas também se estendeu a cidades como Madrid, Málaga, Lugo, Ciudad Real, Almeria e Badajoz.

Foram apreendidos exemplares de 30 espécies que fazem parte dos Anexos I e II da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES).

“Os detidos e alvo de investigação formavam parte de uma organização criminosa que operava a nível nacional e internacional, já que numerosas das espécies detectadas procediam de Portugal”, segundo o comunicado da Guardia Civil.

Esta rede dedicava-se ao transporte, comercialização e posse ilegal de espécies selvagens, cujo comércio está estritamente proibido ou fortemente regulado.

Durante as inspecções feitas a vários estabelecimentos de venda de espécies exóticas, armazéns e até casas particulares, os agentes apreenderam 30 animais de espécies protegidas. A sua maioria eram aves exóticas da família Psittacidae, como a arara, o papagaio-cinzento-africano, o periquitão-sol, o papagaio-de-testa-turquesa. Mas também foram apreendidas tartarugas-de-esporas-africana e tartarugas-leopardo e até um suricata, mamífero originário do Sul de África.

Agora, os detidos incorrem em penas de prisão entre os seis meses e os dois anos por crimes contra o Ambiente e a protecção da flora e da fauna, além do pagamento de coimas. “A gravidade deste tipo de delitos radica no facto de não apenas terem atentado contra a biodiversidade e o equilíbrio ecológico como também contribuíram para a deterioração de ecossistemas frágeis e para a extinção de espécies de alto valor ecológico, científico e cultural.”

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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