A Guardia Civil espanhola desmantelou uma rede de tráfico e posse ilegal de 30 animais de espécies selvagens protegidas como papagaios, tartarugas e até um suricata. Numerosos animais provinham de Portugal.
Segundo um comunicado da Guardia Civil espanhola, de 24 de Maio, há cinco detidos e 18 pessoas a ser investigadas pelo seu presumível envolvimento no tráfico e na posse ilegal de animais selvagens.
A operação Namib, que durou cerca de um ano, centrou-se em Cáceres mas também se estendeu a cidades como Madrid, Málaga, Lugo, Ciudad Real, Almeria e Badajoz.
Foram apreendidos exemplares de 30 espécies que fazem parte dos Anexos I e II da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES).
“Os detidos e alvo de investigação formavam parte de uma organização criminosa que operava a nível nacional e internacional, já que numerosas das espécies detectadas procediam de Portugal”, segundo o comunicado da Guardia Civil.
Esta rede dedicava-se ao transporte, comercialização e posse ilegal de espécies selvagens, cujo comércio está estritamente proibido ou fortemente regulado.
Durante as inspecções feitas a vários estabelecimentos de venda de espécies exóticas, armazéns e até casas particulares, os agentes apreenderam 30 animais de espécies protegidas. A sua maioria eram aves exóticas da família Psittacidae, como a arara, o papagaio-cinzento-africano, o periquitão-sol, o papagaio-de-testa-turquesa. Mas também foram apreendidas tartarugas-de-esporas-africana e tartarugas-leopardo e até um suricata, mamífero originário do Sul de África.
Agora, os detidos incorrem em penas de prisão entre os seis meses e os dois anos por crimes contra o Ambiente e a protecção da flora e da fauna, além do pagamento de coimas. “A gravidade deste tipo de delitos radica no facto de não apenas terem atentado contra a biodiversidade e o equilíbrio ecológico como também contribuíram para a deterioração de ecossistemas frágeis e para a extinção de espécies de alto valor ecológico, científico e cultural.”