PUB

Mocho-anão (Glaucidium passerinum). Foto: Frank Vassen/WikiCommons

Mocho-anão: ave do Centro da Europa confirmada pela primeira vez na Catalunha

05.03.2025

O mocho-anão, o mocho mais pequeno da Europa, é uma ave dos bosques do Centro da Europa que se está a expandir para Sul. Recentemente foi oficialmente registada pela primeira vez no Vale d’Aran, na Catalunha.

O mocho-anão (Glaucidium passerinum) é uma ave nocturna ligada ao norte boreal, ocorrendo desde a Escandinávia e Rússia até aos Alpes. Em 2022 foi uma das espécies incluídas pela primeira vez na Lista de Aves de Espanha, como uma raridade.

O primeiro indivíduo desta espécie detectado na Catalunha, graças a dispositivos de captação de sons, foi registado durante um censo na região espanhola entre o Inverno e a Primavera de 2023. Esses gravadores automáticos de audio foram distribuídos por todos os Pirinéus catalães e registaram os sons do bosque ao crepúsculo e ao amanhecer. “Este é um sistema que permite analisar posteriormente os animais que vivem nesse ecossistema, um método cada vez mais comum para localizar animais nocturnos em zonas mais difíceis de monitorizar”, explicou, em comunicado, o Conselho Geral d’Aran, a 30 de Janeiro último.

Mas o registo de 2023 não tinha sido confirmado, algo que só aconteceu em 2024, quando foi possível comprovar a existência do mocho-anão no mesmo local.

Segundo as autoridades, esta nova espécie para o Vale d’Aran veio dos Alpes, o núcleo populacional mais próximo e que estará em expansão. “A sua descoberta naquela região já era de esperar depois de ter sido detectada nos últimos anos na Catalunha Norte e em Aragão, em 2021.”

Esta espécie vive nos bosques de montanha e de coníferas, onde se encontram outras espécies de aves ameaçadas, como o tetraz ou o mocho-boreal, bastante sensíveis à presença humana no Inverno e na época de nidificação.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

Don't Miss