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Dúvida sobre a borboleta esfinge-da-videira

16.12.2024

O leitor Bruno Miguel d’Costa Miranda encontrou estas lagartas da borboleta esfinge-da-videira a 29 de Setembro e colocou-nos a sua dúvida. A Rede de Estações de Borboletas Nocturnas responde.

A 29 de Setembro “de manhã, perto de algumas videiras, achei duas lagartas da borboleta esfinge da videira. Pela primeira vez reparei em características que nunca havia reparado e queria saber se representam dimorfismo sexual … ou se é apenas alguma espécie de fenótipo. Uma das lagartas, para além de apresentar uma cor mais esverdeada, com listras escuras perto das pernas, possui riscas brancas na região dos ‘olhos falsos’. A outra tinha tons mais acastanhados e em geral não tinha estes padrões “peculiares”. Seria esta última uma fêmea?”, perguntou o leitor à Wilder. 

“Tal como o leitor indica, ambas pertencem à mesma espécie: Hippotion celerio. A variação que o leitor nota é normal na espécie em questão. A variação pode ser bem mais evidente. Não tenho conhecimento que possa ser indicativo do sexo do animal”, respondeu João Nunes, da Rede de Estações de Borboletas Nocturnas.

A borboleta esfinge-da-videira é uma borboleta nocturna da família Sphingidae. Foi descrita pelo sueco Carl Linnaeus, pai da taxonomia moderna, em 1758.

As lagartas têm uma curiosa estratégia de defesa: têm um espigão negro na extremidade posterior e duas manchas grandes que fazem lembrar olhos “terríveis”, para afugentar predadores.

As lagartas desta espécie alimentam-se de folhas de vinha e de trepadeiras.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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