Esta importante zona húmida da região algarvia vai receber um apoio do Fundo Ambiental para ali ser erigido o Parque Natural da Cidade de Lagoa, foi publicado em Diário da República.
De acordo com o despacho nº 13176-A/2023, assinado pelo ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, a autarquia de Lagoa vai receber 3,670 milhões de euros para a criação do novo espaço verde, mediante a celebração de um protocolo de colaboração técnica e financeira com o Fundo Ambiental.
O diploma lembra que “as Alagoas Brancas (Lagoa) foram uma das três zonas húmidas analisadas detalhadamente” no âmbito de um estudo coordenado pela associação algarvia Almargem, em 2019, financiado pelo Fundo Ambiental. “Para este caso concreto, os valores naturais identificados neste relatório permitiram ter uma correcta percepção do que está em causa: além de uma considerável biodiversidade, a área tende ainda a concentrar números anormalmente elevados de aves, apesar de se localizar no meio de uma área urbana”, nota o despacho ministerial datado de 22 de Dezembro.
O futuro desta zona húmida com 8,5 hectares esteve bastante periclitante desde 2013, à mercê de um projecto que previa a construção de um retail park nesta área de charcos. As obras chegaram a ter início, mas entretanto paradas quando se tornou necessário translocar várias espécies protegidas para outro terreno.
Entretanto, foi crescendo a contestação de habitantes locais ao desaparecimento desta zona natural, com a criação do movimento cívico Salvar as Alagoas Brancas, que se juntou aos esforços de várias organizações não governamentais de ambiente e de outras associações.
Além de plantas aquáticas raras e ameaçadas, entretanto ali encontradas há poucos meses, as Alagoas Brancas são conhecidas como um refúgio importante para várias espécies, desde cágados nativos a aves e anfíbios, e como reserva de água doce, salientam ecólogos e biólogos portugueses.