O leitor Luís Custódia tem vivido grande parte da vida a sonhar na companhia dos documentários de David Attenborough, o famoso naturalista britânico que esta sexta-feira, 8 de Maio, celebra 94 anos de vida. E decidiu escrever-lhe uma carta de homenagem.
Meu Caro Sir David Attenborough,
Os meus parabéns pelos teus bem vividos 94 anos!
O meu nome é Luís, tenho 50 anos e posso dizer que tive a sorte de ter vivido 40 anos na tua companhia, ou seja, vivendo as tuas séries de documentários que foram surgindo ao longo da minha vida, conhecendo as mais variadas formas de vida, lugares e vastidões selvagens deste Planeta, levando-me a sonhar vir um dia poder percorrê-las e explorá-las.
Tinha 10 anos quando apareceu a tua primeira grande série, “A Vida na Terra”, que no ano passado comemorou os seus 40 anos. Lembro-me perfeitamente daquele episódio em que surgiste no meio de uma família de Gorilas-de-Montanha no Ruanda, causando um grande espanto a toda a humanidade.
A partir daí, ao longo dos anos, ao longo da vida, presenteaste-nos com um desfile das tuas fabulosas séries de vida selvagem, apresentando à humanidade o mundo natural, marcadas com a tua presença num estilo entusiástico e fascinante, aquele estilo único que consegue transformar um simples musgo de uma barreira em algo interessante e atrativo.
É com este estilo que cito passagens nesses documentários, que para mim são momentos únicos e inesquecíveis. Momentos Attenbourough: Quando entrastes no interior de uma termiteira mostrando-nos o seu engenhoso e complexo interior. Aquela subida nas encostas das montanhas da Nova Zelândia em busca de uma espécie de ave da família das galinhas-de-água, que tinha sido considerada extinta e entretanto foi redescoberta, o Takae. Ou quando nos levaste num cruzeiro através da Antártida com a “A Vida no Frigorifico”, e numa das ilhas apresentaste-nos um casal de majestosos albatrozes-viajantes em cerimónias nupciais.
Também inesquecível foi quando foste ao mítico Monte Roraima na Venezuela, que era um dos teus grandes desejos, apresentando a comunidade única de plantas que lá existe. E bastante marcante quando em 2011 em Madagáscar fizeste aquele programa dedicado àquele ovo enorme da extinta ave-elefante, um achado que um miúdo te tinha entregado quase 50 anos antes, na tua primeira série Zoo Quest.
Haveria muito mais para evocar. Imagino se a tua carreira na BBC continuasse presa atrás de uma secretaria como diretor de programas. O que nós humanidade e o mundo natural teriam perdido.
Caríssimo Sir David, como ser humano agradeço tudo isto para o bem do precioso mundo natural que a humanidade herdou e não está a dar-lhe o devido valor.
Os meus parabéns pelos 94 anos e que continues a presentear-nos com as tuas series.
PS: Depois de 2019 com “Sete mundos, um Planeta”, já sei que tens uma nova série para nos mostrar.
Luís Custódia