A Guardia Civil espanhola anunciou a detenção de duas pessoas pela morte de um lince-ibérico na zona de Badajoz, na Extremadura.
Os agentes do Seprona (Serviço de Protecção da Natureza) encontraram o cadáver de um lince-ibérico que tinha sido abatido por uma espingarda de caça, segundo confirmou a necropsia realizada no Centro de Recuperação da Fauna Silvestre “Los Hornos” da Sierra de Fuentes (Cáceres).
Segundo a necropsia, a causa da morte deste lince foi “um traumatismo originado por disparo”, tendo sido encontrados no seu corpo “78 projécteis de chumbo, munição normalmente usada para a caça menor”.
Trata-se de um lince jovem que já nasceu em liberdade, mas cujos progenitores foram reintroduzidos na natureza, na Área del Órtiga, pelo projecto LIFE Iberlince, que trabalhou para recuperar as populações selvagens desta espécie de felino ameaçado de extinção, de acordo com um comunicado do Seprona emitido a 18 de Abril.
No âmbito da Operação Caracal, a Guardia Civil espanhola deteve duas pessoas, o autor do disparo e a pessoa que enterrou o lince-ibérico para o esconder.
O animal foi encontrado “parcialmente enterrado, em avançado estado de decomposição” numa propriedade na região de Badajoz.
Tudo aconteceu no âmbito de um esforço do Seprona para procurar dois linces desaparecidos desde o passado mês de Janeiro. O lince foi localizado por um cão do Serviço Cinotécnico da Guardia Civil espanhola, especialista na procura de cadáveres.
Neste momento, os agentes continuam com as investigações para encontrar o outro lince com paradeiro desconhecido, irmão do que foi encontrado morto. As autoridades receiam que o animal possa ter tido o mesmo fim.
O lince-ibérico (Lynx pardinus) tem tido uma história atribulada. No século XIX a população mundial da espécie estava estimada em cerca de 100.000 animais, distribuídos por Portugal e Espanha. Mas no início do século XXI restavam menos de 100. Então, os dois países juntaram-se para recuperar habitats e reproduzir animais.
Graças ao trabalho conservacionista, o lince-ibérico é uma espécie classificada desde 22 de Junho de 2015 como Em Perigo de extinção, depois de anos na categoria mais elevada atribuída pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), Criticamente em Perigo.