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Que espécie é esta: aranha tecedeira-de-tubo

27.12.2019

A leitora Marta Sousa encontrou esta aranha a 30 de Março em Moita dos Ferreiros (Lourinhã), e pediu ajuda na identificação. Sérgio Henriques responde.

Trata-se de uma aranha tecedeira-de-tubo (Segestria florentina).

Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

Estas são fotografias de uma fêmea de Segestria florentina. As quelíceras verde iridescente são bem visíveis e características da espécie.

Normalmente esta é uma aranha tímida, que vive no seu tubo de seda numa parede, muro de pedra, berma em terra ou barro, ou casca de árvore.

Mas algo deve ter acontecido ao seu ninho para estar a andar assim no chão. Uma posição vulnerável que não é muito natural para esta espécie e que, portanto, a faz sentir-se ameaçada.

Este indivíduo parece calmo e talvez esteja a fingir-se de morto.

Mas esta não é uma espécie que se deixe ficar se for atacada. São indivíduos grandes e bastante corajosos.

Quando se destrói a casa de uma Segestria florentina, a resposta mais natural será o animal tentar dar uma ferradela a quem o fez, para se lembrar de não se voltar a meter com ela (mesmo que o ser humano seja 180 vezes maior).

A cor das quelíceras serve de aviso, para não mexer, e de mnemónica, para quem decida ignorar o aviso.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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