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uma coruja-das-torres em voo
Coruja-das-torres. Foto: Edd Deane/Wiki Commons

Lançada aplicação para ajudar a registar animais selvagens atropelados

02.08.2019

A aplicação LIFELINES foi lançada a 30 de Julho para ajudar o projecto que está a estudar o impacto das rodovias na mortalidade dos animais selvagens e o que pode ser feito para a evitar.

A aplicação tem como objectivo “possibilitar o registo de animais atropelados” e foi desenvolvida pela Infraestruturas de Portugal, com o apoio da Universidade de Évora, segundo uma nota do projecto LIFE LINES.

“As colisões de veículos com animais selvagens são um problema para a conservação da natureza cada vez mais comum, podendo, inclusive, pôr em risco a segurança dos condutores”, salientam os responsáveis do projecto.

“Ao utilizar esta APP o utilizador estará não só a contribuir para a recolha de informação de animais atropelados, mas também a ajudar a salvar a vida selvagem e a contribuir para a sua segurança.”

Os dados recolhidos pelos cidadãos serão validados pela equipa do LIFE LINES. Depois, “estes dados irão integrar uma base de dados nacional de animais atropelados”.

A informação será utilizada para fins científicos, “como a modelação de dados para implementação de medidas de redução de mortalidade da fauna e promoção da criação de uma Infraestrutura Verde de suporte ao incremento e conservação da biodiversidade”.

Além disso, a contribuição dos cidadãos “poderá também salvaguardar a segurança rodoviária, uma vez que contribuirá para a identificação de pontos negros de mortalidade de fauna”.

Os responsáveis pelo projecto recordam que, quando estiverem a utilizar a aplicação, os cidadãos devem estar atentos à sua segurança. “Não utilize esta aplicação enquanto conduz, nem realize qualquer manobra perigosa. Esteja atento aos veículos na estrada quando parar a sua viatura e quando sair da mesma para registar um atropelamento. A segurança é prioritária sobre tudo o resto.”

O projeto LIFE LINES começou em Agosto de 2015 e terminará em Julho de 2020. O grande objectivo é “atenuar problemas para a preservação da biodiversidade que se colocam hoje em dia sobre estradas e que têm aumentado no último século”, explicou anteriormente à Wilder António Mira, coordenador do projecto e professor na Universidade de Évora.

As estradas são barreiras físicas para muitos animais e têm um impacto no isolamento populacional e genético de espécies. Além disso, fragmentam zonas importantes para a alimentação e reprodução de muitos animais selvagens.

O projeto avalia, experimenta e promove medidas para diminuir os efeitos negativos de infraestruturas lineares, como estradas, em várias espécies de aves, mamíferos, anfíbios e répteis, desde ginetas, corujas a cobras, ratinhos e pequenas aves.

Outro dos objectivos é desenvolver uma infraestrutura verde para ajudar a conservar a biodiversidade da região.


Saiba mais.

Leia a reportagem da Wilder e conheça o trabalho de um dos biólogos do LIFE LINES.


O projecto LifeLines, com um orçamento total de 5.540,485 euros, é co-financiado pelo programa europeu LIFE. 

São parceiros do projecto as Universidades de Évora, do Porto e de Aveiro, as Câmaras Municipais de Évora e Montemor-o-Novo, a Infraestruturas de Portugal, a Marca – Associação de Desenvolvimento Local e a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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