O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, disse hoje que 20 novos vigilantes da natureza estão no terreno desde segunda-feira e que outros 30 se vão seguir.
“Já houve contratação de vigilantes da natureza, são 20 e já estão a trabalhar desde segunda-feira”, disse o ministro citado pela agência Lusa, segundo o Dinheiro Vivo.
João Matos Fernandes falava na audição conjunta nas comissões do Orçamento e Finanças, de Economia, Inovação e Obras Públicas e de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, no âmbito da apreciação, na especialidade, da proposta de Orçamento do Estado para 2018.
A 3 de Novembro, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) abriu um outro concurso para 30 vigilantes da natureza, dos quais quatro para o Parque Nacional da Peneda-Gerês, quatro para o Parque Natural da Serra da Estrela e três para o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
O Departamento da Conservação da Natureza e das Florestas Norte abriu nove postos de trabalho, o Centro abriu seis, o de Lisboa e Vale do Tejo abriu quatro, o do Alentejo abriu seis e o Algarve abriu cinco.
Segundo o Ministério do Ambiente, citado pela Lusa, para os novos vigilantes da natureza está assegurado o fornecimento dos equipamentos necessários, no valor de um milhão de euros.
Em Agosto deste ano havia 229 Vigilantes da Natureza em Portugal, segundo a Associação Portuguesa dos Guardas e Vigilantes da Natureza (APGVN). Estas equipas estão distribuídas pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (118), pela Agência Portuguesa do Ambiente (27), Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (13), Região Autónoma da Madeira (38) e pela Região Autónoma dos Açores (33).
Nos seus patrulhamentos vigiam, fiscalizam e monitorizam o Ambiente, intervindo no domínio hídrico, património natural e conservação da natureza.
A lista daquilo que fazem é extensa. Monitorizam espécies selvagens e habitats, em especial aves migratórias e participam em censos populacionais, como foi o caso do Censo de Garajaus 2017, que aconteceu em Julho passado, um projecto coordenado pela Direção Regional dos Assuntos do Mar (DRAM) dos Açores, em parceria e com o apoio dos Serviços de Ambiente e dos Parques Naturais de Ilha.
Actualmente, a falta de meios é um dos maiores desafios à profissão, disse anteriormente à Wilder Francisco Correia, presidente da APGVN. No terreno há “falta de meios operacionais para o exercício das suas funções, com especial incidência nas viaturas, meios informáticos e de comunicação”.
O Orçamento do Ambiente para 2018 prevê 1,1 milhão de euros para o Projeto Piloto do Parque Nacional da Peneda Gerês, ainda em curso e 1,2 milhões de euros para quatro projetos de prevenção estrutural e vigilância contra incêndios e de restauro de habitats e espécies: Parques Naturais do Douro Internacional, de Montesinho e do Tejo Internacional, a Reserva Natural da Serra da Malcata e o Monumento Natural das Portas de Ródão.
As Organizações Não-Governamentais do Ambiente vão receber apoios para a concretização de projetos na área da Conservação da Natureza no valor de 700 mil euros, segundo o Orçamento para 2018.