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Foto: Projecto LIFE Imperial

Novo guia ensina a identificar a águia imperial e a conhecer as aves de rapina

07.11.2016

Um novo mini-guia está agora disponível de forma gratuita na Internet, para todos os interessados em identificar a águia imperial (Aquila adalberti) nas diferentes fases de desenvolvimento, dando também informação sobre as outras espécies de aves de rapina em Portugal.

 

O guia “A Águia-Imperial-Ibérica e as outras aves de rapina de Portugal” foi desenvolvido no âmbito do projecto LIFE Imperial, em vigor até 2018 e coordenado pela Liga para a Protecção da Natureza (LPN), que se dedica à conservação e ao aumento da população desta espécie Criticamente em Perigo.

Logo nas primeiras páginas, é possível aprender a distinguir as seis diferentes plumagens que a águia-imperial vai adoptando até se tornar adulta, através do recurso a ilustrações científicas. Esta informação mais detalhada está pouco disponível nos guias de aves europeus, normalmente disponíveis no mercado português, uma vez que a espécie reside apenas na Península Ibérica.

Mas a informação não se fica por aqui: estão mais dados tanto para esta espécie como para as outras 30 aves de rapina que ocorrem habitualmente em Portugal, incluindo outras águias, abutres, bútios, açores, gaviões, tartaranhões, milhafres, falcões, bufos, corujas e mochos.

Os interessados podem ficar a saber, por exemplo, qual o estatuto de conservação de cada ave de rapina, em que meses esta ocorre no território português, se é residente, invernante ou estival, qual a sua envergadura e comprimento e ainda observar uma ilustração científica de cada espécie.

No entanto, como nestes casos a informação já não inclui as diversas plumagens ou as eventuais diferenças entre machos e fêmeas, para as outras aves de rapina o melhor é utilizar-se este mini-guia “como complementar a outros guias de aves”, indicou à Wilder um dos autores, Paulo Marques, ligado à LPN.

Ainda assim, no caso da águia real e da águia de Bonelli, que por vezes se confundem com a águia-imperial, a nova publicação ensina a distinguir as plumagens de juvenis e adulto destas espécies, por meio de ilustrações científicas, de forma a que sejam mais facilmente identificadas.

Isto porque um dos principais objectivos foi ajudar as forças de autoridade, como os agentes do SEPNA, a reconhecerem as águias que por vezes encontram mortas no campo, de forma a aplicarem a respectiva legislação, explicou ainda Paulo Marques.

Este mini-guia, aliás, foi desenvolvido no âmbito de um curso de formação dado pela LPN a membros de entidades envolvidas na conservação da águia-imperial, como os agentes do SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente), membros do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e funcionários da EDP Distribuição.

Nas 30 páginas deste livro, podem também comparar-se as silhuetas de grandes águias e abutres ou as crias de seis espécies de rapinas nocturnas em Portugal, ou os cuidados a tomar para a recolha e transporte de rapinas feridas, entre outras informações

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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