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Zoo escocês prepara reprodução de ursos polares em cativeiro

23.02.2016

Esta semana, a Royal Zoological Society of Scotland (RZSS) anunciou que está a preparar o acasalamento do urso polar Arktos com a fêmea Victoria, para apoiar o programa europeu de reprodução em cativeiro desta espécie.

 

Já foi instalada uma caixa transportadora com três metros de largura por 1,8 de altura no cercado onde vive o macho Arktos. Ao longo das próximas semanas, este urso polar vai habituar-se a ela até se sentir confortável o suficiente para permitir aos tratadores do Highland Wildlife Park transportá-lo até ao cercado de Victoria, do outro lado do parque.

O acasalamento deverá acontecer em meados de Março.

“Nos primeiros tempos, Arktos vai viver num cercado separado, adjacente ao de Victoria”, explicou Douglas Richardson, responsável da RZSS, em comunicado. “Para começar, os dois ursos poderão comunicar e interagir através da vedação. Esperamos que ambos demostrem interesse um pelo outro da forma certa.”

Durante todo o processo, os técnicos irão prestar muita atenção ao comportamento dos animais, como as vocalizações e as posturas.

Victoria, uma fêmea de 18 anos e com 250 quilos de peso, chegou a este parque em Março de 2015, vinda do Zoo Aalborg na Dinamarca. Em 2008 foi mãe de Milak, que hoje está no Zoo Saint-Félicien no Quebeque (Canadá).

Arktos tem oito anos e veio do Zoo de Hannover em Abril de 2012.

 

Arktis. Foto: RZSS
Arktis. Foto: RZSS

 

O Highland Wildlife Park, na Escócia, tem apostado na reprodução de ursos polares e dedica a estes animais mais de quatro hectares. Nos cercados – com áreas de prados, encostas naturais, lagos e árvores – vivem Akrtos, Victoria e o macho Walker (com sete anos).

“Depois de vários anos de investigação na América do Norte e na Europa, a comunidade de Zoos tem agora conhecimento profundo sobre as exigências reprodutivas da espécie e sobre como melhorar a taxa de sobrevivência das crias”, escreve a instituição.

“Se quisermos manter todas as opções de conservação em cima da mesa para o futuro dos ursos polares, então devemos prever a existência de uma população em cativeiro saudável que possa dar uma solução se tal vier a ser necessário”, acrescentou Douglas Richardson.

Actualmente, o urso-polar (Ursus maritimus) é uma espécie classificada como Vulnerável pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Entre as maiores ameaças estão as alterações climáticas que reduzem o território de caça destes animais.

“Num mundo ideal, a conservação apenas aconteceria na natureza. Mas infelizmente, este não é o cenário que temos pela frente. Assim, a solução é combinar a conservação in-situ e ex-situ.”

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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