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Minúsculo caracol marinho nada como uma abelha

19.02.2016

Cientistas norte-americanos descobriram que uma pequena espécie de caracol marinho, chamado borboleta-do-mar, nada usando movimentos iguais aos usados por insectos com asas, como as abelhas por exemplo.

 

Normalmente, os caracóis deslocam-se graças aos movimentos do seu pé musculoso, em forma de palmilha. Mas não as borboletas-do-mar (Limacina helicina). Estes minúsculos moluscos marinhos subaquáticos, que vivem no oceano Árctico, movimentam-se usando asas que saem da abertura na casca, onde o pé do caracol normalmente estaria.

 

 

Foto: Russ Hopcroft, UAF/NOAA
Foto: Russ Hopcroft, UAF/NOAA

 

Até agora pouco se sabia sobre o movimento destes animais que nadam para encontrar alimento e parceiros e para fugir de predadores. O investigador David Murphy, da Universidade Johns Hopkins, em Maryland, nos Estados Unidos, e a sua equipa recolheram alguns caracóis e colocaram-nos num tanque no laboratório, juntamente com quatro câmaras. Foi assim que conseguiram captar todos os detalhes dos movimentos das asas e concluir que estas borboletas-do-mar adoptam a mesma técnica que os insectos voadores.

 

Diferentes etapas do bater das asas. Fotos: David Murphy

 

A sua descoberta foi agora publicada na revista Journal of Experimental Biology.

“Os animais foram mesmo cooperantes e até nadaram em diferentes orientações, por isso conseguimos ter diferentes perspectivas”, comentou Murphy, em comunicado. “Parece que está a voar, como um pequeno insecto”, diz, citado pela BBC News.

“Fiquei de boca aberta quando percebi que o bater das asas era tal e qual ao movimento feito por um insecto”, recordou o investigador. “Surpreendeu-me mesmo que as borboletas-do-mar sejam insectos honorários”, disse à BBC News.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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