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Foto: Joana Bourgard

Guterres: Quase 25% das espécies da Terra podem desaparecer nas próximas décadas

03.03.2020

Falando a respeito do Dia Mundial da Vida Selvagem, celebrado esta terça-feira, 3 de Março, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas apelou a uma relação “mais preocupada” com a natureza.

 

“A humanidade é uma parte inextricável da rica tapeçaria da vida que compõe a diversidade biológica do nosso mundo”, afirmou António Guterres, numa pequena mensagem divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU). “Todas as civilizações foram e continuam a ser construídas através do uso de espécies selvagens e cultivadas de flora e fauna, desde a comida que comemos até ao ar que respiramos”, notou.

Guterres falava no âmbito do Dia Mundial da Vida Selvagem, que se comemora sempre no dia 3 de Março, desde que foi instituído em 2013 pela Assembleia Geral da ONU para celebrar e chamar a atenção para a fauna e a flora mundiais. “Sustentando toda a vida na Terra” foi o tema escolhido para comemorar o dia, num ano que tem sido também apontado como um “super ano da biodiversidade” devido aos vários eventos importantes já programados.

Apesar de fazer parte do mundo natural e dele depender, “parece que a humanidade se esqueceu de quanto precisa da natureza para a sua sobrevivência e bem-estar”, disse o secretário-geral da ONU. Na verdade, alertou, quase um quarto de todas as espécies do planeta correm perigo de se extinguirem durante as próximas décadas.

Em causa está a exploração de recursos naturais “de uma maneira insustentável”. “Ao sobrexplorar a vida, habitats e ecossistemas, a humanidade está a colocar-se em perigo a si mesma e a inúmeras espécies de plantas e animais selvagens”, considerou.

Guterres sublinhou que a riqueza da biodiversidade é um alicerce importante para que sejam atingidos os objectivos de desenvolvimento sustentável (ODS) determinados pela ONU.

Foi a 3 de Março de 1973 que foi adoptada a Convenção para o Comércio Internacional de Espécies em Perigo de Fauna e Flora Selvagens, conhecida pela sigla em inglês, CITES. Com 183 Estados-membros, este acordo internacional mantém-se “uma das mais poderosas ferramentas mundiais para a conservação da biodiversidade através da regulação do comércio de fauna e flora selvagens.”

 

[divider type=”thin”]Saiba mais.

Recorde cinco espécies que lutam pela sobrevivência em Portugal.

Descubra o site da ONU dedicado ao Dia Mundial da Vida Selvagem, aqui.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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