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Envolvente Castelo e Paço dos Duques. Foto: Laboratório da Paisagem

Guimarães divulga Plano de Ação Local para a Biodiversidade até 2030

03.10.2024

O documento prevê a monitorização de mais de 1.300 espécies de fauna e flora e a adoção do Índice de Biodiversidade Urbana para medir o desempenho do concelho na protecção e restauro da natureza.

O Plano de Ação Local para a Biodiversidade de Guimarães 2030 (PABG2030) já está disponível para consulta pública. Desenvolvido pelo Laboratório da Paisagem e pelo município de Guimarães, o documento tem como objetivo “proteger e promover a biodiversidade do território e restaurar os ecossistemas até 2030 (…), colocando a natureza e a biodiversidade como prioridades na estratégia de transição climática do município”, explica hoje o Laboratório da Paisagem em comunicado.

“O Plano de Ação Local para a Biodiversidade de Guimarães 2030 assume-se como um importante instrumento de diagnóstico e monitorização mas, acima de tudo, demonstra a relevância da ciência e da investigação para as tomadas de decisão mais acertadas e conscientes”, comentou Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães.

Segundo o autarca, este documento “para além do sólido diagnóstico do território que apresenta, elenca medidas ambiciosas para a proteção e promoção dos ecossistemas, da fauna e da flora, um importante património natural de Guimarães”. “Com o PABG2030 voltamos a demonstrar a importância do trabalho colaborativo entre as diversas instituições do concelho, assim como a necessidade de envolvimento de todos os cidadãos neste desígnio, através das escolas, das juntas de freguesia e das Brigadas Verdes.”

No âmbito deste plano deverá ser implementado um programa de monitorização de mais de 1.300 espécies de fauna e flora, que abrange um total de 102 estações de monitorização para grupos como odonatas, lepidópteros, herpetofauna, aves, mamíferos terrestres, quirópteros e peixes. Das 609 espécies de fauna identificadas, 37 têm estatuto de ameaça. Na flora foram registadas 724 espécies, quatro das quais têm estatuto de ameaça; outras tantas estão listadas em anexo de Diretiva Habitats e 12 são endemismos ibéricos.

O documento inclui ainda a adoção do Índice de Biodiversidade Urbana (CBI) como ferramenta de avaliação capaz de medir o desempenho do concelho em diversas categorias, como biodiversidade nativa, serviços prestados pelos ecossistemas e gestão da biodiversidade. “A implementação do CBI, em 2023, serve como ponto de referência para monitorizar o progresso na preservação da biodiversidade nos próximos anos.”

Entre as iniciativas incluídas no pleno estão a proteção dos polinizadores e a reflorestação do concelho.

O desenvolvimento do Plano de Ação Local para a Biodiversidade de Guimarães 2030 contou com a participação de mais de 800 cidadãos na recolha de dados e na discussão das ações propostas.

Guimarães foi recentemente anunciada como uma das três cidades finalistas na corrida ao título de Capital Verde Europeia 2026, estando na fase final da competição pelo segundo ano consecutivo. Este ano, disputa o título com Heilbronn (Alemanha) e Klagenfurt (Áustria).

A cidade vencedora será conhecida numa cerimónia que terá lugar em Valência, Capital Verde Europeia em 2024.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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