As explorações agrícolas biológicas são um refúgio para as plantas silvestres e ajudam a contrabalançar a perda de biodiversidade das explorações agrícolas tradicionais, revela um estudo sobre os impactos daquela agricultura na paisagem.
Apesar de as explorações agrícolas biológicas gerarem menos rendimentos do que as tradicionais albergam mais vida selvagem, sugere o estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Society of London B: Biological Sciences.
Os investigadores da Universidade de Swansea, no País de Gales, e de institutos franceses estudaram campos semeados com trigo na região francesa de Poitou-Charente.
A agricultura biológica cria “uma maior diversidade local de plantas” e a presença deste tipo de exploração numa paisagem “está associada a uma maior biodiversidade também para os campos agrícolas convencionais”, escrevem os autores do estudo.
“As plantas silvestres são importantes para as aves, abelhas e outras espécies agrícolas”, disse Luca Borger, do Departamento de Biociências da Universidade de Swansea, à BBC. “A agricultura biológica tem vantagens em manter essas plantas. Mas mesmo uma mistura de agricultura biológica e tradicional numa região pode ajudar a manter esta biodiversidade”, acrescentou. “Mesmo apenas 25% dos campos com agricultura biológica pode fazer a diferença.”
As zonas agrícolas são um habitat essencial para muitas espécies. Contudo, a intensificação da agricultura tem causado um forte declínio na biodiversidade rural.