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Esposende instala mais de 100 armadilhas para capturar vespa asiática

07.03.2023
Vespa-asiática (Vespa velutina). Foto: Ksarasola/Wiki Commons

O município de Esposende está a instalar mais de 100 armadilhas para a vespa asiática. O objectivo é captura de novas fundadoras, visando assim a diminuição de novos ninhos, informou a autarquia.

Em causa está a Vespa velutina nigrithorax, vulgarmente conhecida por vespa asiática, espécie exótica (não-indígena) com carácter invasor. Apareceu no Alto-Minho na primeira década deste século (XXI) e desde então tem sido reportada em diferentes locais do país.

O município de Esposende está a instalar armadilhas, com atrativo alimentar, uma por cada quilómetro quadrado concelhio.

As armadilhas “são construídas com materiais reutilizados e serão monitorizadas regularmente, quer para a substituição do isco, quer para contagem do número de exemplares capturados por armadilha”, explica a autarquia em comunicado.

“O objetivo desta ação é a captura de novas fundadoras, visando assim a diminuição de novos ninhos.” As rainhas sobrevivem ao Inverno num ninho primário, pequeno e mais perto do solo. Na Primavera e Verão, os ninhos de pasta de papel podem conter centenas de indivíduos.

Armadilha. Foto: Município de Esposende

O Município de Esposende pede à população que não danifique as armadilhas, para que estas possam cumprir o seu propósito.

O combate às espécies invasoras, nomeadamente à vespa velutina, enquadra-se no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, nomeadamente no que se refere ao ODS 15 – Proteger a Vida Terrestre e ao ODS 17 – Parcerias para a Implementação dos Objetivos de Sustentabilidade.

Esta ação decorre da candidatura apresentada pela Comunidade Intermunicipal do Cávado, ao Aviso POSEUR-15-2021-02, designada por “Plano Estratégico de Deteção e Controlo da Vespa Velutina na NUT III Cávado”.

Este plano assenta em três ações que visam a implementação de estratégias coordenadas de combate à vespa velutina nos seis municípios do Cávado, com o desenvolvimento e aplicação de um plano de gestão integrado; a aquisição de equipamentos para o controlo da vespa velutina; e a divulgação da problemática associada à introdução desta espécie exótica invasora em Portugal Continental e promoção da sensibilização pública para os riscos associados para adoção de boas práticas.

Sempre que localizado um ninho de vespa velutina deverá ser comunicado através do site stopvespa.icnf.pt, ou junto da Câmara Municipal de Esposende.

Esta espécie é um grande predador de outros insectos com impacto negativo nas comunidades de polinizadores nativos, inclusive nas populações da Abelha do mel (Apis mellifera) onde a predação pode levar a grandes prejuízos económicos.

Ainda assim, é necessário ter cuidado para não a confundir com espécies de vespas nativas de Portugal, importantes para a manutenção da biodiversidade. Descubra aqui como distinguir a vespa-asiática da vespa-europeia.


Agora é a sua vez.

Saiba aqui o que fazer se encontrar uma vespa-asiática.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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