O bioblitz do Parque da Paz, o maior espaço verde na cidade de Almada, juntou quase 200 pessoas à procura de animais e plantas. Tudo com a ajuda de 12 cientistas. A Wilder falou com a organização e conta-lhe como correu.
Famílias, jovens, grupos de amigos, pessoas mais velhas e muitas crianças. No total, 197 pessoas participaram no bioblitz organizado no último sábado de Maio, numa parceria entre a BioDiversity4All (Associação Biodiversidade para Todos) e a Câmara Municipal de Almada.
Os bioblitzs são acções de ciência cidadã que procuram identificar em pouco tempo o maior número possível de espécies num local, com a ajuda do público e de biólogos. Neste, encontraram-se 138 espécies dentro do parque, das quais 108 ficaram registadas pela primeira vez na plataforma da BioDiversity4All.
No Parque da Paz, o grupo que partiu à procura das borboletas, libélulas e outros insectos, a meio da manhã, foi o que teve mais interessados. Tantos, 42, que foi preciso dividi-los em duas equipas que foram ‘à caça’ dos insectos em simultâneo, com a ajuda de dois especialistas.
Resultado? 18 espécies identificadas e registadas. “As borboletas diurnas foram todas novas. Por exemplo, a almirante-vermelho (Vanessa atalanta)”, adianta Inês Teixeira do Rosário, uma das organizadoras do bioblitz.
Mas também por ali andavam traças, como a Tyta luctuosa, gafanhotos (Aiolopus strepens) e percevejos-das-riscas (Graphosoma lineatum), por exemplo.
Quem foi em busca das aves, logo pela manhã, identificou muitas. Num total de 35 espécies, destacou-se a presença da águia-calçada, que pela primeira vez ficou registada para o parque de Almada.
Outras espécies encontradas e registadas pela primeira vez? O coelho (Oryctolagus cuniculus), o medronheiro (Arbutus unedo), uma orquídea erva-língua (Serapias língua), a osga Taurentola mauritanica, todos os líquenes ali observados, como o Flavoparmelia soredians, entre muitas outras, enumera Inês Teixeira do Rosário.
Mas as descobertas não se fizeram só de novas espécies. Para quem ali esteve, e que “tinha curiosidade de ver o parque que usa com uma outra perspectiva”, houve mais pontos altos. “Por exemplo, encontrar uma pele de cobra, ou perceber que uma pequena mancha numa árvore é afinal um líquene”, exemplifica a bióloga.
Por saber está ainda se o bioblitz do Parque da Paz se vai repetir, talvez no próximo ano. “Planos não há, mas há vontade”, admite a responsável do BioDiversity4All. “Correu tudo muito bem e acho que todos ficaram satisfeitos, a câmara, os especialistas, os participantes”.
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Saiba mais.
Veja aqui um pequeno vídeo sobre o bioblitz do Parque da Paz.